Muitas pessoas nos perguntam como interpretamos todas essas mudanças pelas quais estamos passando. Todos nós vivenciamos situações que, às vezes, parece que os valores morais estão completamente invertidos: o que é certo, parece errado; e o que é errado, é aceito como certo! Parece que, em termos de moralidade, estamos regredindo. Mas não é assim, pois tudo e todos estamos sob a ação da lei divina: a Lei do Progresso. Estamos participando da “reforma” da Terra. Estamos reconstruindo a Terra Regenerada, mas ainda não concluímos essa “reforma”. Da mesma maneira que se faz uma reforma em nossa moradia, destruindo paredes, reformando pisos, alterando o telhado, morando em meio à obra. Assim, também nós! Reconstruindo a Terra, separando a parte boa, daquela que não serve para ficar num mundo melhor, mais evoluído, com seus “moradores” voltados somente ao Bem comum. Por isso, quando Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos” solicita aos benfeitores da Humanidade, na questão 784: “Bastante grande é a perversidade do homem. Não parece que, pelo menos do ponto de vista moral, ele, em vez de avançar, marcha para trás?”, obtém como resposta: “Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que o homem avança, visto que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia corrigindo os abusos. É preciso que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas.” Mas, e até quando irá a reforma? Até quando haverá a depuração dos seres capacitados a viverem num planeta mais evoluído, daqueles teimosos na prática do mal? Nós não sabemos. Aliás, ninguém sabe qual será “O Tempo Certo”. No Evangelho segundo Mateus, cap. 24, vemos a explicação sobre o final dos tempos: "Vocês estão vendo tudo isto?", perguntou Jesus aos apóstolos diante do Templo. "Eu garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; serão todas derrubadas.” Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, os discípulos dirigiram-se a ele em particular e disseram: "Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos?" Ele respondeu: “Eu asseguro a vocês que não passará esta geração até que todas estas coisas aconteçam. Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão. Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai.” Diante destas reflexões, a nós cabe, tão somente, perseverarmos no Bem, orando e vigiando, vivenciando os ensinamentos do Mestre, para que, quando “O Tempo Certo” chegar, sermos nós os indivíduos que nos qualificamos, auxiliamos e testemunhamos “a grande tribulação que jamais houve e jamais haverá desde o princípio do mundo.” Ao ampliarmos nossa consciência fortalecidos pela fé raciocinada e pela esperança, sentiremos uma grande serenidade íntima, porque conseguiremos entender que, no Universo, tudo está “como deve ser”, tudo ao “tempo certo”, não existe atraso, nem erro, somente a manutenção e a segurança do “Poder Divino” garantindo a estabilidade, o aperfeiçoamento e a evolução de suas criaturas e de toda a criação.