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07/03/2025
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Um arranhão

    A vida e seus caprichosos jeitos de gerar reflexões acerca de nosso cotidiano.

    Era para ser um domingo “normal”, assim como qualquer domingo. Se bem que domingo é um dia especial demais para ser apenas um dia normal. Mas, como vinha dizendo, tinha tudo para ser um domingo muito parecido com outros que já vivi com meu filho Martín Fierro, porém resolvemos fazer uma visita na parte da manhã a uma amiguinha e ainda estávamos a caminho dessa visita quando um casal de amigos nos chamou para ir comprar uvas à tarde. O Martín, muito interessado, perguntou-me se ele teria a oportunidade de colher as uvas.

    Ficou com essa expectativa até chegarmos no lugar onde estavam vendendo, e por acaso, estavam com o estoque de uvas quase acabando. Lá fomos para a colheita, uma experiência e tanto para o Martín que, visivelmente, estava radiante.

    Porém as aventuras não tinham acabado. Esse casal de amigos resolveu passar na casa de parentes no interior onde há um riacho, com a água límpida desfilando por sobre as pedras e que, naquela tarde de domingo, parecia nos convidar a molhar os pés. O calor intenso nos ajudou a decidir e fomos até a água. Esse era mais um momento de intensa felicidade para o Martín que caminhava pelas poças de água, até que em um determinado momento escorregou em uma pedra e cortou o pé.

    Instantaneamente a aventura passou a ser um momento de tristeza para ele, não chorou, mas seu rosto mudou, passou a mancar, e logo voltamos para casa. Nada grave, nada de mais, nada que um band-aid não resolveu.

    Depois refleti sobre como isso diz muito sobre nós adultos. Quantas e quantas vezes estamos em momentos de grandes conquistas, grandes momentos, dias radiantes e basta um “pequeno arranhão” para nos desmotivar. Basta uma palavra mal colocada, um comentário desnecessário, uma “coisinha de nada” para interromper a sequência de dias felizes.

    Por mais dias de colheitas inesperadas, por mais águas cristalinas para molhar os pés, por mais inteligência emocional e maturidade para continuarmos a aventura mesmo após os arranhões.


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Postado por:

Jácson Lusa

Jácson Lusa

Tradicionalista, poeta, pesquisador, comunicador de rádio e cursando bacharelado em adm. de empresas.

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