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28/01/2022
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Tempos brutos

Coluna 85 da Pandemia. A primeira do ano. Aos desavisados, ainda vivemos na Pandemia. Vacinem-se!

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Morreu Olavo de Carvalho. O negacionista teve sua morte confirmada em 24 de janeiro de 2022. A causa da morte está associada a complicações decorrentes da COVID.

Responsável pela oxigenação da ultradireita conservadora brasileira, apesar de seu autoatribuir o título de intelectual, não foi capaz de pensar o mundo, ao contrário, esforçou-se ao máximo no desenvolvimento de argumentos ‘ad hominem’, difamando teóricos cujas teorias não tinha a menor possibilidade intelectual de refutar.

Precursor da onda de fake News, Olavo sempre se empenhou na mentira deslavada e na ofensa dos intelectuais que acreditava se opor a eles. Os intelectuais, a bem da verdade, durante muito tempo, sequer sabiam da sua existência e, em nenhum momento se ocuparam seriamente de lhe responder.

Adentrando o campo da pseudointelectualidade, a verdade é que Olavo de Carvalho teve um mérito irrefutável: deu voz a uma grande gama de ignorantes. Desonerados do peso do estudo, seus discípulos estavam livres para dizer as maiores barbaridades sem a necessidade de estudo, de prova ou fundamento.

Para questionar alguém muito mais inteligente, aprendeu a sua claque, bastava ofender, xingar e inventar estórias que não davam margem à refutação uma vez que não possuíam nenhum cabimento.

A sublimação do não pensar, o levante dos néscios, a apologia à ignorância, permitiu que se engendrasse em nosso país a grande onda conservadora que culminaria na eleição de Bolsonaro, momento no qual se sacramentaria sua decadência e futura derrocada.

Levaremos muito tempo para nos recuperar da influência olavista nas relações internacionais, educação e saúde no Brasil, mas conseguiremos. Prova disso é que Olavo morreu em decorrência daquilo que negou, foi vítima do próprio veneno.

Quando o grande guru intelectual de toda uma nova ideologia se sustenta na ofensa à inteligência, literalmente falando, podemos ter certeza de que tempos sóbrios nos aguardam, como, de fato, aconteceu. A sua morte, portanto, inaugura o feixe de luz que nos dará força para mudar o cenário de terra arrasada que seus perdigotos lançaram em nosso país.


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Postado por:

MAURÍCIO SANT'ANNA DOS REIS

MAURÍCIO SANT'ANNA DOS REIS

Advogado Criminalista. Professor de Direito Penal, Processo Penal e Direitos Humanos. Mestre em Ciências Criminais.

OAB/RS 69.542

msrmauricio13@gmail.com

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