Notícias

23/08/2024
Voltar

Telefone sem fio

    Quem me conhece, há um certo tempo, sabe bem que dou um dedo por uma prosa. E, se alguém gosta do assunto e abre espaço, aí sim, o assunto vai longe. Há muito que venho aprendendo sobre escutar, pois percebi que nem sempre fui um bom ouvinte.

    Você, que me conhece, deve estar pensando: "então o Jacson aprendeu a ouvir, já posso conversar com ele"!. Brincadeira à parte, não, eu sempre ouvi e só estou aprendendo a escutar. E tô no processo desse aprendizado e ainda gosto muito de falar… Há quem diga que quando pego a palavra não devolvo mais…

    Quando era pequeno tinha uma brincadeira frequentemente usada na minha escola chamada telefone sem fio. Essa brincadeira consistia em colocar todos os alunos em uma fila e a professora anotava em um papel uma frase, que seria falada ao ouvido da primeira pessoa da fila e, depois, seria conferida no final da fila. A pessoa que recebia essa frase em seu ouvido tinha a missão de repassar para a pessoa seguinte da fila, de forma clara e fiel e assim, a informação passaria por todos até chegar no último da fila. A professora aguardava a informação para checar com a do papel.

    Não lembro de alguma vez a frase ter chegado correta, sempre havia o acréscimo de alguma palavra ou a falta de alguma.

    Há duas responsabilidades nesse processo de comunicação: a de quem fala e a de quem escuta. Quando a gente fala algo é extremamente importante ter, pelo menos, ciência de que a pessoa está escutando o que se diz. Quem recebe a informação tem a responsabilidade de ter certeza de que entendeu certo.

    Depois que li um livro de negociação, em que, em um capítulo, falava da escuta ativa como uma arma poderosa, passei a me observar mais, e cheguei à conclusão de que eu tinha que ouvir menos e escutar mais. Nunca teremos a clareza de todos os aspectos de subjetividade que envolvem uma conversa, mas falar com responsabilidade e escutar o que é dito aumenta muito a compreensão da conversa.

    Muitas vezes nossa boca enche o mundo de perguntas, mas, sequer temos ouvidos bons o suficiente para escutar as respostas. Percebi que muitas das respostas que buscamos vamos encontrar em pequenas conversas levadas a sério.

    Desejo que hoje a vida traga respostas ao que você questiona, que possa escutar a voz da veracidade. Que a letra daquela música que você ama, e que já escutou milhares de vezes, traga sentido mais amplo hoje. E quando fores conversar, procure uma forma de entender se seu interlocutor está ouvindo ou escutando, se for preciso fale de novo, se for preciso peça para repetir. Permita espaço para que a pessoa fale e aproveite a oportunidade de falar. Caso seu interlocutor esteja somente ouvindo, guarde suas palavras, pois elas não farão sentido algum pra ele.


Compartilhe:

Postado por:

Redação

Redação

Nossa redação busca estar sempre à frente de seu tempo. Atualizada e superando desafios! Uma equipe formada por profissionais comprometidos com a melhor comunicação.

Tags

Colunistas

Conheça mais sobre quem são nossos colunistas semanais.

Acesse

Assine Já

Fique por dentro do que acontece em Garibaldi e região.

Entre em contato