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29/09/2023
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Suicídio: é preciso falar para evitar!

    Antes que passe o primeiro minuto da nossa conversa, uma pessoa vai ter se suicidado no mundo. Todos os dias, 32 brasileiros tiram a própria vida. Quase 1 milhão de pessoas se matam por ano, uma pessoa a cada 40 segundos – são mais vítimas que todas as guerras, homicídios e conflitos civis somados. E, para cada morte por suicídio, existem outras 10 ou 20 pessoas que já tentaram fazer o mesmo e entre os adolescentes os números são ainda mais graves: para cada suicídio na adolescência há entre 80 e 100 tentativas que não deram certo. Talvez você nunca tenha ouvido falar nesses dados desoladores. É porque o suicídio costuma vir acompanhado de um fator que contribui para o seu alastramento: o silêncio. A Organização Mundial de Saúde considera que 90% dos suicídios poderiam ser evitados. Para isso, bastaria que a pessoa recebesse a ajuda adequada. Porém, como essa pessoa vai receber ajuda se o tema é um tabu, e ninguém fala sobre isso? Ela saberá que existe uma saída? Que o suicídio não é a única opção? Que ela não precisa se sentir estigmatizada ou envergonhada por pensar sobre? As pessoas que convivem com ela saberão identificar os sinais e como oferecer apoio? Ainda nos dias de hoje, existe uma crença, muito difundida em nossa sociedade, de que o suicídio seria, de certa maneira, “contagioso”. Por essa lógica, falar ou dar audiência para o tema teria uma influência negativa, incentivando o suicídio entre pessoas com tendência à depressão. O primeiro passo é mostrar a todos a gravidade da situação, que o suicídio não é coisa do outro mundo, que está muito presente em nossa sociedade. O suicídio está mais próximo de nós do que imaginamos. Reconhecida a importância da questão, é preciso que se acabe com essa ideia de que “depressão é frescura”, que a pessoa “só quer chamar atenção”, que ela “é louca”, é “fraca”, ou que nada pode ser feito a respeito. A ideação suicida é um importante preditor de risco para o suicídio, sendo considerada o primeiro "passo" para sua efetivação. Assim, a decisão de cometer suicídio não ocorre de maneira rápida, sendo que com frequência o indivíduo que comete o suicídio manifestou anteriormente alguma advertência ou sinal com relação à ideia de atentar contra a própria vida. Da mesma forma, existe uma grande probabilidade de, após uma primeira tentativa de suicídio, outras virem a surgir, até que uma possa ser fatal. O suicídio é resultado de uma complexa integração de fatores: psicológicos, biológicos, genéticos, culturais e socioambientais. Em geral, pode-se afirmar que cerca de 90% das pessoas que se suicidam possuem depressão ou algum outro transtorno associado, como abuso de drogas ou ansiedade, por exemplo, mas o que as pesquisas mais recentes demonstram é que as pessoas que têm ou praticam uma religiosidade/espiritualidade apresentam essa prática como fator protetor contra o suicídio. A Doutrina Espírita nos dá a certeza da vida eterna, da plena justiça de Deus e das consequências de quem pratica ato tão destrutivo contra si próprio. O Espiritismo revoluciona a visão do suicida, esclarecendo que quando ele se mata, mata somente o corpo físico, ele continua vivo. E quando ele interrompe a sua vida física, ele não apenas mata o seu corpo, ele mata também a esperança das pessoas que ficam, pois elas se sentirão culpadas pelo seu gesto, sendo, assim, ao mesmo tempo um covarde diante das adversidades da vida e um egoísta, pois só pensa em si mesmo, em acabar com seu sofrimento tirando a sua vida. E o suicida, assistindo a tudo isso, se sentirá muito pior do que antes. Se alguém já passou por essa situação na família ou com amigos, não deve desesperar-se. Podemos auxiliar aquele amigo ou familiar que cometeu esse ato extremo através da prece, com bons pensamentos, com vibrações equilibradas. Tenhamos a certeza de que a vontade de Deus é a nossa alegria e felicidade e nunca o nosso sofrimento. Entretanto, se para conseguirmos isso, seja necessário passarmos por algumas tribulações, que o façamos, com a certeza de que seremos vitoriosos, porque somos filhos muito amados do Altíssimo.


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Postado por:

Samira José Turconi

Samira José Turconi

Samira José Turconi é bioquímica, sócia-fundadora da Associação Médico-Espírita da Serra Gaúcha, do Centro Espírita Allan Kardec e expositora da Doutrina Espírita.

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