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Quando o desânimo aparece...
Nos tempos atuais, diante dos imensos desafios de cada dia, às vezes apresentamos o sentimento de melancolia que representa um estado de insatisfação diante de situações que, em nosso julgamento, deveriam ser melhores. Há dias em que sentimos que podemos enfrentar tudo e outros em que nos sentimos completamente desanimados. Tem alguma coisa errada com isto? Claro que não. Somos seres humanos com dias melhores e momentos piores. No entanto, a questão é que, em média, administramos muito mal os momentos em que o desânimo nos domina e prejudica nosso desempenho. Esse desânimo tem um relevo e uma composição próprios que, quando se instala nos prende, é muito difícil nos livrarmos dele. É uma mistura complexa de processos psicológicos e emoções. Nele existem pensamentos, sensações físicas, preocupações e vários tipos de emoções (decepção, tristeza, inércia etc.). Lembremos que não somos infalíveis e que ficar muito mal de vez em quando é normal; e que, saber por que desmoronamos e o que está por trás do desânimo permite que nos conheçamos melhor. Passar por aqueles momentos em que somos capazes de dominar o mundo e, depois de algum tempo, termos dias repletos de desânimo nos ensina a voltarmos a nossa atenção para o autocuidado emocional. A melancolia é um sentimento que provoca apatia, tristeza, e falta de expectativas no dia a dia. Trata-se de um transtorno de humor que afeta os planos, a produtividade, o humor e os relacionamentos interpessoais. Frequentemente considerada uma emoção negativa, devido à sua associação a sintomas de depressão e ansiedade, há um crescente movimento de estudiosos que classificam a melancolia como uma parte importante da experiência humana, permitindo que as pessoas processem eventos traumáticos e enfrentem desafios. É comum, portanto, no meio social em que vivemos, encontrarmos quem afirma estar muito cansado, mesmo desanimado, levando a vida com extrema dificuldade, como se um peso enorme tolhesse seus movimentos. Às vezes nós mesmos nos sentimos assim. O Espiritismo fornece elementos adicionais de compreensão para os desafios da vida e propõe na prece recurso lenitivo das aflições, fortalecendo a alma para as árduas lutas no campo do aprimoramento espiritual. No livro de Alan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo V, “Bem-aventurados os aflitos”, há uma mensagem denominada “MELANCOLIA”, onde o autor espiritual nos diz: “Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? É que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia, e vos julgais infelizes. (...) Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou.” Não devemos fugir, devemos enfrentar, aceitar esses dias de crise e nos permitir descobrir o que há neles e o que devemos resolver. Somos todos, na Terra, criaturas em crescimento espiritual, dentro da perenidade da vida. Dor, na maioria das vezes, é o tributo que se paga ao aperfeiçoamento espiritual. Problema é desafio indispensável ao aprimoramento do raciocínio. Dificuldade mede eficiência. Ofensa avalia compreensão. Vamos manter isso em mente e lembrarmos das palavras de Jesus “Vinde a mim, todas vós que estais cansados e oprimidos, que eu vos aliviarei.” (Mateus XI)