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09/02/2024
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Perdão: um caminho para a construção da felicidade

    Não há como contestar o poder do perdão; ele é recurso indispensável à harmonia e à felicidade. Os ensinamentos do Mestre de Nazaré estão repletos da prática do perdão. Podemos verificar no diálogo de Pedro com Jesus (MATEUS, XVIII 20-21): “Senhor, quantas vezes deverei perdoar o meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: ― Eu não vos digo até sete, mas até setenta vezes sete vezes.” Isto é, infinitas vezes. Os benefícios do perdão são muitos para a saúde física, mental ou emocional e espiritual. Algumas pesquisas mostram que o perdão nos ajuda a viver mais. Auxilia na redução do estresse e nervosismo, regula a pressão arterial e melhora a qualidade do sono. Segundo um estudo publicado no Journal of Healt Psychology, há uma série de mudanças físicas e mentais que contribuem para melhorias na saúde. O ato de perdoar está intimamente relacionado ao equilíbrio emocional de quem foi afetado pela atitude. Isso significa que a produção de hormônios e a administração dos sentimentos gerados a partir de uma ofensa passa a ser influenciada pela maneira como lidamos com ela. Os sintomas ligados às experiências ruins têm a ver com raiva, vergonha, sensação de tristeza e pesar. Tudo isso se soma a outras experiências que podem agravar ou precipitar um quadro de depressão ou ansiedade. Sentimentos como raiva e indignação levam a uma produção exagerada de cortisol, hormônio que regula os níveis de estresse. Por isso, ao compreendermos o perdão como um ato neurofisiológico, haverá como consequência a redução na quantidade de cortisol no organismo. Isso ocorre porque passamos a interpretar um episódio a partir de outro ponto de vista. Passamos, ao que os estudiosos no assunto denominam de reavaliação compassiva, isto é, concentrar-se no lado humano do infrator, ver os seus erros como prova de que ele precisa de uma mudança positiva e depois desejar essa boa mudança para ele. Quando assim procedemos, estimulamos a produção de serotonina, hormônio que nos ajuda a chegar a estados mais positivos. Os estudos científicos demonstram uma ligação muito consistente entre o perdão e a melhoria no nível de felicidade e qualidade de vida para a pessoa que perdoa. Pessoas que perdoam mais, têm menor perda de memória com o envelhecimento e pesquisas recentes demonstram que pessoas têm em torno de 25 a 50% de uma maior probabilidade de ainda viverem três anos a mais, se perdoarem, em comparação aos que não perdoam tanto. Quando alguém te ofende, há duas opções: se vingar e ser feliz por alguns minutos; ou perdoar e ser feliz a vida inteira. Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no cap. XII, item 7, assevera: “A fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa o mal impune é a única que nos pode dar a força de suportar, pacientemente, os atentados aos nossos interesses e ao nosso amor-próprio.” Assim compreendemos de que nada adianta alimentar a mágoa, o ressentimento, a ofensa; ao contrário, rememorar situações e trazer à tona sentimentos e episódios emocionalmente desgastantes podem alterar muito a saúde. Perdoar retira essa mágoa de dentro de você, é um ato de liberdade interior. Você se desprende do outro. Assim, nós até lembramos do fato, mas aquilo não nos machuca mais. Perdoar resulta no amor a nós mesmos; à nossa saúde e à construção da nossa felicidade. Aprenda com seus erros, aprenda com suas culpas, perdoe e perdoe-se e seja mais feliz!


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Postado por:

Samira José Turconi

Samira José Turconi

Samira José Turconi é bioquímica, sócia-fundadora da Associação Médico-Espírita da Serra Gaúcha, do Centro Espírita Allan Kardec e expositora da Doutrina Espírita.

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