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24/11/2023
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Perceba o que é Trigo e o que é Joio

    Enquanto alguns sofriam, com suas casas inundadas, tendo seus pertences levados pela fúria da natureza, sem dó nem piedade, outros, do outro lado do mundo, brindavam e celebravam numa mesa redonda, com largos sorrisos e arrogantes posturas de soberba, um verdadeiro “estou nem aí”, pago com o dinheiro público de cada cidadão trabalhador e pagador de impostos.

    O que isso nos ensina? Isso depende de cada olhar, de cada sentimento, isso depende do quanto solidário e do humanismo que cada um possui em seu interior. Quem ri da cara de quem sofre, não tem humanidade e nem solidariedade por quem sofre, então dessas pessoas não espere nada de bom. Espere apenas a celebração de suas próprias satisfações, o engrandecer de seus próprios umbigos e o entrelaçar de mãos vigoroso, para não perder a “boca” que conseguiram ter em suas vidas.

    Aos que sofrem com catástrofes, com as dificuldades que por vezes a vida impõe, resta a resiliência de continuar e contar com algumas mãos que lhes são estendidas e prestam auxílio nestes momentos tão extremos. Ninguém é obrigado a ajudar, ninguém é obrigado a ser solidário, ninguém é obrigado a ir para a trincheira pelo outro, porém é preciso um mínimo de humanidade para não zombar de quem está sofrendo, num momento tão angustiante como esse que vivemos na semana passada, onde a ação da natureza, através da fúria das águas, levou sonhos e gerou tantos prejuízos a quem teve suas casas inundadas em Garibaldi.

    Não falarei de uma obra tão celebrada como solução, que se mostrou de tal forma incompetente, pois não irei adentrar em pormenores. Esse texto é apenas reflexivo, de como se pode tripudiar e zombar através do uso do poder, da cara de quem paga por esse circo todo. Enquanto o trabalhador, o pagador de impostos sustenta uma máquina pública viciada e tem suas necessidades postas a prova em momentos chaves, como esse vividos semana passada, é tão triste como alguns, que poderiam ter disfarçado um pouco o quanto são esnobes, não tem a mínima ação de humanidade. Enquanto alguns tiram barro das suas casas e perdem o que tem conquistado com muito suor, numa vida toda, outros tiram fotos do outro lado do mundo celebrando como é bom, quando a máquina pública sustenta e paga seus caprichos.

    Já que estamos no final do ano, e 2024 está chegando, que a reflexão tome nossas mentes e que possamos perceber o que é trigo e o que é joio.


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Diego Cettolin

Diego Cettolin

Diego Cettolin é Administrador de empresas, Pós-Graduado em marketing e acadêmico em Direito.

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