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17/05/2024
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Onde está a justiça divina diante do sofrimento do povo gaúcho?

     Diante de tanto sofrimento que cerca o homem em todas as suas fases da vida, mas principalmente agora, quando enfrentamos a maior enchente da história do Brasil, muitas vezes nos perguntamos onde está a Justiça de Deus? Chuvas intensas e terremotos de acomodação do solo provocam deslizamentos e mortes em todo o estado do Rio Grande do Sul. Muitos se perguntam “Será castigo de Deus?” “Será o fim do mundo?” Podemos afirmar que não! O mundo não vai acabar, como afirmam os pessimistas. E por que podemos dizer isto com tamanha convicção? O livro “A Gênese”, de Allan Kardec, escrito em janeiro de 1868, nos esclarece que não é racional supor que Deus destrua o mundo, exatamente quando este venha a entrar no caminho do progresso moral, pela prática dos ensinamentos evangélicos. A prática geral do Evangelho, devendo resultar numa melhoria do estado geral dos homens, trará por isso mesmo o reinado do bem e resultará na queda do reinado do mal. É, pois, o fim do velho mundo, do mundo governado pela incredulidade, pela cupidez e todas as más paixões. Devendo o bem reinar sobre a Terra, será preciso, dela, excluir os Espíritos endurecidos no mal e que poderiam acarretar-lhe perturbações. Como entender tantas tragédias? A Doutrina Espírita nos explica, à luz da razão, que todo o sofrimento do homem é proporcional à sua inferioridade moral. Com que objetivo, Deus atinge a Humanidade por meio catástrofes? São os Espíritos Benfeitores da Humanidade que respondem esse questionamento, em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, na pergunta 737, nos esclarecendo que estes flagelos servem para fazer a Humanidade avançar mais depressa e acrescentam que “a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos que adquirem a cada nova existência um novo grau de perfeição.” Nós, apenas, observamos os prejuízos e os caracterizamos por flagelos destruidores, mas, esclarecem os Espíritos superiores, estes transtornos são, frequentemente, necessários para avançar mais prontamente uma ordem melhor das coisas, realizando-se em alguns anos o que necessitaria de muitos séculos. Tudo está sujeito à uma lei divina que é a Lei do Progresso. O nosso globo também progride. Progride fisicamente pela transformação dos elementos que o compõem e moralmente pela purificação dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. Se há na Terra, menos felicidade do que sofrimento, é que a dor é o instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante para o Ser, que sem ela ficaria retardado nas vias da animalidade. A dor física produz sensações, porém o sofrimento moral desenvolve sentimentos. A dor é uma lei de equilíbrio e de educação. O sofrimento, não é, muitas vezes, mais do que a repercussão das violações cometidas contra as Leis Divinas. Mas, sendo compartilhado com todos, deve ser considerado como agente de desenvolvimento e progresso. Todos os seres têm de, por sua vez, passar por ele, pois a lei do Universo é a Lei de Amor e se ainda não conseguimos amar como Jesus nos ensinou, a dor nos serve de instrumento de aprendizagem. Quando finda uma prova, o Espírito fica com o conhecimento que não esquece mais. Assim se explica um ditado popular: “Se a gente não aprende pelo amor, a gente aprende pela dor”. O Espiritismo nos ensina que não há vítimas ao acaso. Tudo obedece a um plano perfeitamente harmônico com as leis do Universo. Lembremos que a ajuda humanitária, a fraternidade, a solidariedade e a oração, representam o nosso auxílio diante das tragédias coletivas.


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Postado por:

Samira José Turconi

Samira José Turconi

Samira José Turconi é bioquímica, sócia-fundadora da Associação Médico-Espírita da Serra Gaúcha, do Centro Espírita Allan Kardec e expositora da Doutrina Espírita.

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