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O preço
Toda a mata, todo o campo, todo o mundo… Pássaro silvestre pode levantar voos de um galho e pousar no galho que escolher, no mato que ele quiser. Ele pode fazer seu ninho em qualquer árvore e seus filhotes nascerão com a mesma liberdade… Já o pássaro domesticado ou de cativeiro, vive uma outra realidade. Suas asas alçam voos curtos de um poleiro ao outro. Sua gaiola possui paredes que o limitam e que impedem de fazer escolhas mais audaciosas, e seu ninho tem o lugar pré-definido pelo seu dono, onde seus filhotes nascerão presos na mesma realidade
Parece uma dura desigualdade a diferença entre a liberdade e a prisão. E qualquer um de nós se coloca em intenção de libertar o pássaro preso. Liberdade não é negociável, muito menos quando se trata de animais.
Tem uma música de Antônio Gringo chamada Cativeiros, que num trecho diz:
Não tem preço, a liberdade não tem dono,
só quem é livre sente prazer em cantar
se um passarinho canta mais quando está preso
é no desejo de um espaço pra voar”
O mundo inteiro ao dispor de sua jornada, e o pássaro silvestre precisa encontrar um lugar seguro para seu ninho; precisa encontrar o alimento para si e para seus filhotes; precisa buscar proteção contra as intempéries e contra seus predadores, ao passo que na gaiola o pássaro silvestre tem sua água, comida e seu ninho. Está protegido na prisão e o preço disso é a sua liberdade.
Não há aqui nenhum propósito de defender uma ou outra realidade, mas de buscar um olhar de entendimento de que tudo o que possuímos tem a ser pago. A comida fácil, a segurança neste caso, é paga com a falta de liberdade, ao passo que a liberdade do pássaro silvestre é pago com a luta de cada dia.
Nada vem de graça e o que precisamos é saber até onde queremos chegar e até quanto estamos dispostos a pagar. Qual é o preço da liberdade?
Creio que quando nos custa os sonhos é porque o preço pago está caro demais para tão pouco. Nada pode custar mais caro do que os sonhos e a esperança de alguém.