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O exemplo do Cristo
Mestre sem precedente, Jesus ensinou através do próprio exemplo como a Humanidade deveria comemorar a verdadeira Páscoa, numa alusão a todo seu Evangelho de amor e de justiça. Desta forma, a Páscoa, na visão do Espiritismo, é a grande e última lição de Jesus encarnado no plano físico, como vitória da Vida sobre a morte e na certeza da imortalidade da alma e da reencarnação como explicação para todas as dores e para a almejada felicidade humana. Foi por isso que Jesus de Nazaré veio ao mundo, para que tivéssemos vida em abundância, isto é, plena de amor.
O Espiritismo indica a mesma preparação para a celebração da Páscoa como estabelece para todos os dias da existência, a do esforço constante e diário de cada um em vivenciar a mensagem de Jesus, rompendo com suas imperfeições morais. Para nós espíritas cristãos, não há rituais, nem liturgias, nem proibições de comidas, pois como asseverou Jesus: “Não é o que entra na boca que macula o homem, o que sai da boca do homem é que o macula. O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem.” (S.Mateus, Cap. XV), e nem proibições de trabalho.
A Páscoa é a época de lembrar mais uma vez da necessidade de “libertação do homem velho” fazendo nascer o “Homem Novo”, fazendo brilhar a luz que existe em todos nós. Em vez de nos agarrarmos às exterioridades das celebrações pascais, aproveitemos esta época para tentarmos mudar alguns dos nossos vícios morais; sermos menos egoístas, menos orgulhosos, mais caridosos e mais indulgentes para com os erros dos que convivem conosco. Essa a verdadeira mensagem que Jesus nos deixou e a certeza de que estará sempre ao nosso lado cuidando da Terra e de cada um de nós, auxiliando-nos em nossas quedas morais. A Páscoa tem para nós, espíritas cristãos, um significado muito especial: nos lembra de que Jesus, vencendo a morte, comprovou um ensinamento fundamental de que a vida continua depois da morte do corpo físico; que todos somos imortais, que a morte é apenas um processo pelo qual o Espírito regressa ao mundo espiritual de onde veio. Ensina também, que existe vida depois da morte física, e que os “mortos” se comunicam com os vivos, porque, em verdade, todos estamos vivos, em diferentes dimensões. Assim, Jesus dá o seu próprio exemplo da imortalidade da vida. Neste princípio há uma diferença substancial entre as outras religiões cristãs e o Espiritismo – a crença na ressurreição de Jesus. Toda a vez que se pronuncia o termo ressurreição, logo o interpretamos como sendo o ressurgimento do Mestre com o mesmo corpo material que ele utilizara em sua sublime missão terrena. Para os espíritas, Jesus ressurgiu em seu corpo espiritual e não em seu corpo físico, porque depois da morte biológica, não há mais como a matéria retornar à vida, conforme nos explica a Ciência. A ressurreição da carne é a própria reencarnação, comprovante da imortalidade do Espírito, fundamento encontrado em inúmeras passagens dos textos bíblicos. Celebre uma verdadeira Páscoa; não a do chocolate ou a do sofrimento, mas a da sua “libertação” rumo à Vida plena com amor e sabedoria.
Jesus não morreu para nos salvar; Jesus viveu para nos mostrar o caminho da salvação, através da humildade e do perdão. Utilizemos, então, esse período, como qualquer outro período do ano, como um momento de reflexão, estudos e reafirmação do compromisso com os ensinamentos do Mestre, a fim de que cada um realize dentro de si, e no meio em que vive, o reino de paz e amor que ele exemplificou.