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O envelhecimento e o bom aproveitamento do tempo
Nascer, crescer, reproduzir-se (para alguns) e morrer é uma lei biológica. Todo aquele que nasce, um dia morre. O escritor Jonathan Swift disse que “todo mundo quer viver muito, mas ninguém quer ficar velho”. Faz parte da vida humana envelhecer, enquanto se acumulam anos de vida com experiências e aprendizado. Contudo, a despeito da fantasia de juventude eterna, a velhice é inevitável e “o futuro do Brasil é o envelhecimento”, como afirmou Karla Giacomin, integrante do Núcleo de Pesquisas em Saúde Pública e Envelhecimento da Fiocruz. A expectativa de vida do brasileiro em 2022 é de 77,19 anos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme projeção do instituto, em 2060, esse número deve chegar a 81,4 anos. Ao falar em números absolutos, fica ainda mais nítida a quantidade de gente que já chegou na terceira idade — ou melhor idade. Em 2012, o Brasil tinha 22,3 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Em 2021, o número saltou para 31,2 milhões — alta de 39,8%.
Falar em envelhecimento remete ao pensamento da morte, que um dia, fatalmente, chegará. Para a Doutrina Espírita, a morte é não é o fim da vida, o fim de tudo. Nós, os espíritas, encaramos a morte como uma continuidade da vida em outra dimensão, é o retorno da alma ao mundo espiritual, verdadeira Pátria do Espírito imortal, superando a destruição do corpo físico que lhe serve de instrumento para sua evolução durante a reencarnação. Mas, enquanto não partimos para o “outro lado da vida” e seguirmos sendo o que somos em essência, é muito importante que aproveitemos bem o tempo que nos cabe na Terra. Nós reencarnamos com uma tarefa primeira que é nos tornarmos espíritos melhores, moralmente mais evoluídos. Para isto, reencarnamos com todos os elementos necessários ao nosso aperfeiçoamento, sejam eles os familiares, vizinhos ou colegas de trabalho, que agem verdadeiramente como instrumentos da nossa melhoria, fazendo-nos desenvolver as virtudes da paciência, da indulgência, do perdão e da perseverança; ou nossas atividades profissionais ou voluntárias que nos capacitam para amealharmos qualidades morais. Infelizmente, muitos de nós, com o passar dos anos, tornam-se literalmente velhos, isto é, são pessoas que param no tempo, que fogem da tecnologia, que vivem recordando somente o passado e deixam o tempo passar, inutilmente, aguardando a morte chegar. Porém, há pessoas que, sabiamente, aproveitam o tempo, estudando, servindo, praticando serviços voluntários, ensinando suas experiências aos mais jovens, aos filhos e netos, ou simplesmente, aconselhando-os na prática do Bem.
Todos estamos encarnados para utilizarmos o tempo com proveito, na certeza de que não estamos aqui de passeio, embora, até possa parecer; visto que estamos num lugar tão lindo e tão rico de belezas naturais como é o nosso planeta azul. Ser útil até o final da nossa existência, por mais que ela se prolongue por longos anos, este deve ser o objetivo a alcançarmos. Estamos na Terra para aprendermos a amar como Jesus veio nos ensinar. E, enquanto a morte não vem, pois não temos controle sobre ela, continuemos a trabalhar e a realizar nossos sonhos e ideais. E, quando ela vier, continuaremos a viver, prosseguindo como somos, estudando, servindo, trabalhando e aperfeiçoando-nos, só que não mais no mundo material, mas sim no mundo espiritual.