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“O Aquecimento Global na Visão Espírita”
Você já parou para pensar como anda nossa relação com o ambiente em que vivemos? E o que temos a ver com a emissão de carbono na atmosfera, o consequente aquecimento global, a produção exagerada de lixo e um possível esgotamento dos recursos naturais no nosso planeta? Acredita que não tem nada a ver com isso? Que até faz algo, mas que sozinho não pode mudar o mundo? A verdade é que cada um de nós é responsável por tudo isso que está aí. E se não frearmos o modelo de desenvolvimento que temos adotado acabaremos padecendo junto com a Terra. Assim, não importa se nossas ações possam parecer pequenas diante do universo, mas se elas acontecerem, influenciarão as do seu vizinho e, muito provavelmente, de toda uma sociedade. O meio ambiente somos nós, o meio que nos cerca e as relações que estabelecemos com ele. Nossa qualidade de vida depende da forma como estabelecemos essa relação. A mudança climática é um dos termos que mais se repetiu nos últimos anos na mídia. O aumento global da temperatura tem consequências devastadoras para o planeta Terra, entre as quais a multiplicação de fenômenos meteorológicos cada vez mais extremos e violentos, como furacões, tufões ou secas, o derretimento das massas de gelo dos polos, o que, por sua vez, causa o aumento do nível dos oceanos em todo o mundo, com as áreas costeiras ameaçadas e as inundações generalizadas. Na pergunta 705 de O Livro dos Espíritos, no capítulo que versa sobre a Lei de Conservação, Kardec, ao questionar a espiritualidade por que nem sempre a terra produz bastante para fornecer ao homem o necessário, recebe uma resposta contundente: “É que, ingrato, o homem a despreza! Ela, no entanto, é excelente mãe. Muitas vezes, também, ele acusa a Natureza do que só é resultado da sua imperícia ou da sua imprevidência. A terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se. (...)”. Com essa resposta, os Espíritos Superiores nos mostram que o materialismo exacerbado, que o “ter por ter”, cada vez mais presente em um modelo de desenvolvimento econômico que promove a produção de bens de consumo sempre mais caros e sofisticados, precisa ser revisto. Essa produção e consumo exagerados esbarra na Ecologia. O problema é que, em uma sociedade de consumo, como a nossa, nenhum de nós se contenta apenas com o necessário. A publicidade encarrega-se de despertar apetites vorazes de consumo do que não é necessário, daquilo que é supérfluo, descartável e não essencial, renovando, a cada nova campanha, a promessa de felicidade que advém da posse de mais um objeto. Preocupação saudável é aquela que resulta de conquistas edificantes para o próprio bem e para o bem de todos, fundamentalmente, para os próximos irmãos que virão reencarnar. Para nós, espíritas, é fundamental que o alerta contra o consumismo seja entendido como uma dupla proteção: ao meio ambiente, que não suporta as crescentes demandas de matéria-prima e energia da sociedade de consumo, onde a natureza é vista como um grande e inesgotável supermercado, e ao nosso espírito imortal, já que, de acordo com a Doutrina Espírita, uma das características predominantes dos mundos inferiores da Criação é justamente a atração pela matéria. Às pessoas que mantêm uma atitude comodista diante desse cenário, escorados talvez na premissa determinista de que tudo se resolverá quando se completar a transição da Terra (de mundo de expiações e de provas para o mundo de regeneração) é bom lembrar que não há mágica no processo evolutivo: nós já somos os construtores do mundo de regeneração. Se não corrigirmos o rumo na direção do desenvolvimento sustentável, prorrogaremos situações de desconforto. Não é possível esperar a chegada do mundo de regeneração de braços cruzados. Até porque, com os devidos méritos evolutivos, boa parte de nós deverá retornar a esse mundo pelas portas da reencarnação.