Para o Espiritismo, Jesus é o modelo de ser humano mais perfeito que Deus nos ofereceu, para servir de guia. Nesse sentido é que Allan Kardec afirma no comentário à resposta 625 de O Livro dos Espíritos, que: “Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.” Jesus trouxe ao mundo uma noção de divindade desconhecida ao Judaísmo praticado à sua época. O Deus, apresentado por Jesus, já não é um senhor déspota e parcial, que protege Israel contra outros povos; é o Deus Pai de todos nós, tornando-nos, assim, irmãos em humanidade. Todos os homens são filhos de um único Pai, um Deus de infinita bondade e justiça. Apresenta-nos um Deus de Amor, em que tudo vive, move-se e respira, onipresente e imanente em toda a Natureza e na consciência humana. Jesus ao afirmar: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30) vivencia esse Amor por excelência. Jesus é o nosso modelo moral. Destituído de todos os apetrechos míticos com que os séculos o enfeitaram, ele reaparece, à luz do Espiritismo, na sua grandeza de Espírito Puro, que veio a Terra para nos mostrar o caminho da evolução. Surge aos nossos olhos não mais como Rei, como Salvador, mas como Irmão mais adiantado, Espírito perfeito com o único título que aceitou em vida: o de mestre, mestre da humanidade. Além de qualquer sentimento religioso ou reverencial à figura histórica de Jesus, constatamos que a mensagem que nos legou possui inequívoca aplicabilidade ao homem de todas as épocas. Ela é atemporal. Jesus foi o Mestre por excelência, não só por dominar todo o conhecimento teológico e escritural judaico de sua época, mas por evidenciar em sua doutrina, o Evangelho, a Boa Nova, conhecimentos que respondem às mais pungentes indagações filosóficas, ao mesmo tempo em que desvela a natureza humana e a maneira desta ser transformada para a construção de uma sociedade composta por indivíduos felizes, quando assevera: “O Reino de Deus está dentro de vós.” Ele é o pedagogo da nossa educação espiritual. Professor das almas matriculadas na escola chamada Terra, Ele representa o “caminho, a verdade e a vida” para o nosso progresso. Jesus não ensinou em cátedras, não fez parte de corporações científicas, não se revestiu de nenhum título terreno e não fundou escolas ou instituições, nem mesmo nelas ensinou. Mas, foi o maior de todos os Mestres. Seu local de ação era a casa de Pedro, eram as praças, os montes, as margens do lago de Genesaré e sua mensagem atingia a todos indistintamente. Jesus nos ensinava a vivência do amor em suas manifestações mais puras de solidariedade, de cooperação, de tolerância e de fraternidade para com o próximo. O projeto de Jesus era educacional, ensinando aos homens, encontrarem Deus, dentro de si mesmos, sem qualquer ideia de pecado. Ele entendia o limite das pessoas. Por isso amava muito e exigia pouco, ensinava muito e cobrava pouco. Esperava que o amor e a arte de pensar florescessem pouco a pouco no terreno da inteligência. Ensinava sem nenhum outro instrumento a não ser seus atos de amor, suas palavras simples e sua autoridade divina. Dócil, sabia usar a energia quando se fazia necessário. Amorável, distribuía amor aos que o buscavam. A todos convidava a agirem no bem, como receita de felicidade. Ensinava desapego, lecionando que a casa do Pai é imensa, é o Universo. Jesus é a mais perfeita encarnação do Amor Divino. E diante desse entendimento, vibremos com todo nosso amor, com toda nossa gratidão e lembremos de que o Amor que está chegando novamente entre nós!