Jamais imaginei que íamos chegar nesta situação. Mas o pior, cada dia está pior. Não consigo mais cumprimentar ninguém na rua. Inexiste bom dia.…boa tarde, cada vez usamos mais os telefones celulares, sendo um dos maiores responsáveis em um dos principais obstáculos para a comunicação interpessoal.

    Com toda a certeza: os celulares nos aproximam dos que estão longe, mas cada vez nos afastam mais dos que estão perto. As pessoas o levam na mão, como um sexto dedo, ou colado ao ouvido, ou vibrando e tocando no bolso da calça. Quase ninguém quer se separar dele. É como se algo terrível pudesse acontecer se tocar e não responderem.

    Um dos resultados maléficos desse novo transtorno ligado ao uso exagerado do celular é chamado de nomofobia que não está relacionada à quantidade de tempo que se passa ao celular. Ela é mais relativa à forma como se utiliza o aparelho. Não raramente, começa a se sentir mais feliz no mundo virtual que no mundo real, é sinal de problema.

    Tanto é verdade que, se pararmos para pensar sobre o que mais olhamos durante o dia, a resposta provavelmente não seria nossa família ou amigos, e nem a televisão ou os livros. A opção mais provável seria o celular. Esse pequeno dispositivo ocupa uma grande parte das nossas vidas com e-mails de trabalho, mensagens instantâneas, redes sociais ou vídeos sob demanda. Em casos extremos, ela pode causar o que é conhecido como "nomofobia", um transtorno que os especialistas descreveram como a doença do século XXI.

    E a esse medo de ficar incomunicável pela falta do celular, e todas as sensações que ele causa, se dá o nome de nomofobia.

    Vamos lá: a nomofobia representa o medo irracional de estar sem o celular. O termo foi inventado em 2009 no Reino Unido e vem do anglicismo "nomophobia" ("no mobile-phone-phobia"). A dependência do dispositivo eletrônico causa uma sensação infundada de comunicação no usuário que não tem o aparelho, seja porque o deixou em casa, porque a bateria descarregou ou porque está fora da área de cobertura. Lamentavelmente, estamos no tempo em que as relações virtuais substituem as presenciais. Já temos que perguntar: que cor tem teus olhos?