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Nazistas e negacionistas: o paradoxo da tolerância
Coluna 87 da Pandemia. Aos desavisados, ainda vivemos na Pandemia. Vacinem-se e vacinem seus filhos.
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Foi notícia nessa semana a participação dos Deputados Federais Kim Kataguiri (PODEMOS) e Tabata Amaral (PSB) no canal/podcast Flow. Num determinado momento do citado programa, Kim Kataguiri afirmou que a Alemanha errou ao criminalizar o Nazismo. O apresentador, Monark, foi além, afirmou que tal partido deveria existir e que as pessoas deveriam ter o direito de odiar os judeus.
A repercussão do programa foi péssima. Monark acabou sendo desligado. Em outro momento, o bolsonarista Jorge Adrilles, após defender o apresentador Canal da Jovem Pan e fazer um gesto nazista, também foi demitido.
Fica a pergunta: temos o direito a nos organizar em um grupo de ódio contra uma minoria? De outra forma, devemos tolerar gestos de intolerância? A resposta, dada por Karl Popper, é não. No primeiro volume de “A sociedade aberta e seus inimigos”, no Capítulo 7, item I, em uma nota de rodapé, Popper explica sobre o PARADOXO DA TOLER NCIA, que pode ser resumido assim: se tolerarmos atos intolerantes, a tendência é que a tolerância deixe de existir. De outra forma, não podemos admitir que contra-argumentos sejam violentos (armas e punhos, nas palavras do autor).
Dito isso, trazendo a questão à nossa realidade, devemos tolerar a promoção debates contra a vacinação em crianças? Não, de forma alguma.
O que se viu em Garibaldi na semana passada foi um acinte negacionista e uma apologia a morte de nossas crianças. Abraçados na ideologia antivacina, apoiados ao menos narrativamente pelo governo federal, os proponentes do referido debate apenas deram espaço para distorções dos fatos e propagação de Fake News. Ao ceder o espaço, a Câmara foi conivente com imensa e perigosa desinformação.
Não podemos tolerar esse tipo de intolerância, a intolerância ao argumento científico.
Nessa semana recebi retorno no e-mail que mandei à Câmara Municipal na semana passada. Apesar disso não tive respostas, à exceção das evasivas e diversionistas. Renovo aqui minha promessa em publicá-las quando. Inclusive, caros Vereadores de Garibaldi, eu gostaria de ouvir suas opiniões sobre esse debate.
Por enquanto, nos resta repudiar tal ato e esperar a qualificação dos futuros debates.