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16/06/2023
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Na frente do galpão

    Lá na pacata casinha onde cresci, todos os dias se cumpre um ritual… Isso vem desde os tempos da vó Chica, eu fiz muito e depois da minha saída de casa e da partida da vó, quem assumiu esse rito foi a minha mãe. A rotina consiste em ir ao galpão, debulhar milho, fazer querela e tratar os bichos de manhã e repetir tudo no fim do dia. Tarefa necessária, importante e que não pode faltar um dia sequer.

    A mãe vai até o galpão em frente à casa para a executar a tarefa. Quando ela está indo ao galpão, as galinhas e patos já se aglomeram na frente do galpão para aguardarem o momento da distribuição da ração. Lá no chiqueiro, os porcos já começam a ficar inquietos e ansiosos por suas espigas de milho e as vacas se aglomeram atrás do galpão para aguardarem a sua parte.

    O horário e a sequência dos passos desse rito são sempre parecidos e é isso que faz com que os animais já tenham se dado conta de quando isso vai acontecer e se preparam para o momento.

    Assim como os animais, somos nós, seres humanos. Estamos sempre aguardando a nossa parte do universo. É como se estivéssemos aguardando em frente ao galpão e olhando para a janela de onde virá os grãos que serão jogados em nossa frente.

    Porém, nós somos racionais ou, ao menos, nos intitulados assim. Enquanto os animais aprenderam a esperar o horário, a quantidade e a pessoa que vai fazer a entrega, nós podemos ir ao encontro daquilo que queremos. Não é necessário esperar só pelo universo.

    No nosso caso, podemos usar a racionalidade, a "vantagem de ser humano", para irmos em busca daquilo que precisamos para a nossa vida.

    Nossos sonhos não precisam se aprisionar em frente a um "galpão" para esperar que algo venha de forma natural e os façam tornar realidade. Podemos e devemos olhar para o caminho de onde vem as oportunidades e ir além, caminhar, percorrer os trilhos, enfrentar a luta para conquistarmos o que queremos.

    Muitas vezes, quem espera dos outros até vai receber o que precisa, mas ficará sempre recebendo aquilo que os outros acham que ele precisa ou merece. Quem fica em frente ao galpão só vai ganhar o que tiver no galpão e esquece que existem outros galpões, outras lavouras, outros caminhos…


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Postado por:

Jácson Lusa

Jácson Lusa

Tradicionalista, poeta, pesquisador, comunicador de rádio e cursando bacharelado em adm. de empresas.

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