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Muitas máscaras, muitas impressões e poucas verdades.
A era digital, da informação imediata, da conexão 24 horas por dia, poderia estar nos ensinando e apresentando melhores resultados do que está. Não faltam boas opções digitais, porém aparentemente a humanidade está escolhendo o pior que o digital pode oferecer. A notícia, a informação sem o conhecimento é algo inócuo, manipulador e perigoso. Isso, diluído nas massas, provoca um caos coletivo sem precedentes, causando divisões, ódio e violência.
Todo mundo quer ter voz, quer ser notado, isso é do Ser Humano. E o meio digital está oportunizando isso como nunca na história humana, porém, de uma forma desordenada e conflituosa. Todo mundo quer ter razão, quer ter a informação antes dos outros, todo mundo quer tirar vantagem de tudo. A ética está sendo deixada de lado em detrimento ao segundo de vantagem. Apresentam-se novidades a todo instante, nada mais é duradouro, e a importância das coisas se tornou relativa. – “Me traz vantagens? Se sim, estou dentro, caso não, estou fora”.
A vida tornou-se fútil, líquida, dominada apenas por interesses. A gratidão está sendo esquecida, logo ela que deveria ser o norte energético para as pessoas, devido aos imensos benefícios que proporciona. Mas gratidão não enche ego e nem bolso. Gratidão não faz ser notado, são oportunistas. A futilidade de uma vida imediatista e infrutífera concretou o coração das pessoas. Não nos importa mais os sentimentos, o que vale é o imediatismo do toma lá, dá cá. Mas esse gasto energético todo cansa, e as pessoas estão cada vez mais cansadas. Nota-se no semblante que a felicidade não é verdadeira. Nota-se que as relações não têm firmeza, que não existe sentimento verdadeiro, apenas troca de favores. Apenas pessoas se relacionando para que haja um ganho financeiro, um ganho ilusório para engrandecer o ego. Mas o que de fato se ganha com tudo isso? Nada de valor, verdadeiro, tudo muito frágil, momentâneo, uma vida vazia e sem um verdadeiro sentido. Quando as coisas estão no automático, apenas um espelho sincero e verdadeiro poderá ser um bom conselheiro, pois quem se importa não tem valor nesse mundo de muitas máscaras e impressões de poucas verdades.
A “vida líquida” digital está nos isolando cada vez mais do verdadeiro sentido de viver. Nota-se que a vida digital está invadindo a vida física, impossibilitando-nos separá-las. Elas se confundem e se complementam. Porém, a vida verdadeira ocorre no físico, sendo a digital um mecanismo complementar para o verdadeiro sentido de viver. Quando entendermos essa equação simples, mas que desvirtuamos, teremos enfim uma sociedade adaptada ao meio digital. Por ora, é preciso adaptação e lutar contra o caos pelo qual estamos passando, afinal, toda mudança requer paciência e atitudes.