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17/03/2023
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Meias

Quando fugimos da rotina assumimos um certo risco de passarmos por situações de insegurança ou de não nos sentirmos preparados para alguma situação inusitada.

Tenho o hábito de fazer as tarefas de casa, como lavar, dobrar e passar minhas roupas. Devido ao meu tempo ser um tanto restrito em virtude dos compromissos que tenho, já adotei uma certa rotina. Na sexta-feira à tardinha eu lavo, no sábado eu dobro as que não passo e passo as que não dobro.

A fuga da rotina veio um dia desses, quando o fator externo, “previsão de chuva” e o fator interno, “preguiça”, agiram no meu fim de semana. Deixei essa tarefa para começar a executar na terça-feira quando lavei as roupas. Na quarta "amontoei", na quinta joguei as meias soltas na gaveta, e só fui terminar a tarefa completa no sábado.

O resultado da minha indisciplina veio ainda na sexta-feira quando acordei, e para não acordar ninguém, acendi a luz do celular, peguei duas meias parecidas e calcei. Fui ao trabalho, ou melhor dizendo à reunião que estava na agenda.

Já na porta de entrada da sala de reuniões, fui instruído pela organizadora a retirar os sapatos. Nesse momento você deve estar imaginando o que aconteceu com a minha mente... Retirei um sapato, meia branca, com o coração a mil retirei o outro sapato, e para minha surpresa, meia branca. Ufa!

E daí se estivesse com meias diferentes?

A nossa mente não está programada para aquilo que foge do padrão. Se os fatos que antecedem ao momento inusitado estiverem desorganizados sem lhes fornecerem a certeza de que está tudo bem, aí sim nos sentimos descalços, inseguros, e contamos apenas com a sorte.

Quando for organizar minhas roupas, lembrarei sempre desse episódio, porém com a lição de que não necessariamente precisamos estar 100% alinhados com os “padrões”. Mas por outro lado, com uma outra lição de que o que nos torna vulneráveis é o fato de sentirmos que deveríamos ter feito algo e não fizemos, ou fizemos pela metade.

As situações inusitadas surgirão. A vida pode nos pedir para tirar os sapatos a qualquer momento. Não necessariamente precisamos estar com as meias iguais, mas se estiverem diferentes precisamos estar seguros de que isso não será o fim do mundo. Nessa hora podemos improvisar, retirando as meias, ou lançando uma nova moda, de andar com meias de duas cores, afinal de contas os pés também não são iguais...


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Postado por:

Jácson Lusa

Jácson Lusa

Tradicionalista, poeta, pesquisador, comunicador de rádio e cursando bacharelado em adm. de empresas.

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