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Laços de família
O lar é a escola que Deus criou para que pudéssemos aprender a convivência fraterna, a amar de diferentes formas. Amar como pais, amar como filhos, enteados, irmãos, primos, avós, tios, sogro, sogra, genro, nora, madrasta, padrasto e todos aqueles que a vida traz para perto de nós. Se a família fracassar nesta tarefa de reeducar o Espírito que chega, a sociedade sofrerá as consequências trágicas deste fracasso. A família terrena permite o reajuste através da reencarnação, dissolvendo as mágoas e liquidando as contas. Allan Kardec nos explica que “Os laços sociais são necessários ao progresso e os laços de família estreitam os laços sociais. Eis por que os laços de família são uma lei natural. Deus quis que os homens aprendessem assim a se amar como irmãos.” (L.E. Q-774) No livro “Jesus no Lar”, de Francisco Cândido Xavier, no capítulo 1, vemos o autor espiritual, Néio Lúcio, relembrar Jesus orientando-nos: “O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum… A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendermos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?” Os estabelecimentos de ensino da sociedade, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem. As escolas instrutivas do planeta poderão renovar sempre os seus métodos pedagógicos, com esses ou aqueles processos novos, de conformidade com a psicologia infantil, mas a escola educativa do lar só possui uma fonte de renovação que é o Evangelho, e um só modelo do mestre, que é a personalidade divina do Cristo.
A família é o lugar por excelência onde seremos convidados a colaborar praticando a Lei de Amor. Porque ainda não aprendemos a amar com a dose de paciência, tolerância, indulgência e perdão de que os ensinamentos de Jesus estão a nos ensinar, é que ainda vemos tantos desajustes familiares. A família começa com a função colaborativa que deverá existir em todas as relações familiares. Ela começa na conjugal, que dá origem à paternal, maternal, filial, fraternal etc. A função colaborativa nos convida a colaborar com o outro no seu processo de evolução. É na família que começamos a ensaiar o ideal de humanidade, de companheirismo. No presente momento, orientados pelos esclarecimentos do espiritismo, somos convidados a aprofundar esses valores, na grande mudança para a regeneração do Planeta. Os laços familiares não são resultados casuais de encontros apressados no mundo físico, havendo ocorridos no plano espiritual antes da reencarnação, quando são realizadas as programações entre os Espíritos comprometidos, para seus ajustamentos necessários ao progresso intelecto-moral. Ligados por compromissos anteriores, retornam, ao lar, não somente aqueles seres a quem se ama, mas também, a quem se deve. Deus permite que, nas famílias, ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Diante dos desafios que vivenciamos em nosso convívio familiar, é imprescindível buscarmos apoio na Verdade, e amparo no Evangelho de Jesus, para que possamos perseverar e vencer os compromissos luminosos que elaboramos no mundo espiritual. São nossos familiares, os companheiros de jornada que por mais ingratos e impassíveis que sejam, representam as nossas oportunidades de trabalho no bem, recursos de nossa melhoria moral, e que, se bem aproveitados, por nosso esforço sem queixas e lamentações, poderão abreviar muitos sofrimentos futuros. Amemos a nossa família!