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Justiça Humana x Justiça Divina
Querido leitor! Creio que todos nós ficamos indignados diante de uma injustiça cometida contra alguém, pois já temos, na consciência, o progresso moral suficiente para não ficarmos indiferentes às injustiças praticadas todos os dias em nossa sociedade, principalmente contra os homens de bem.
Primeiramente temos que conceituar “justiça”, e o fazemos trazendo a resposta dos Benfeitores espirituais da Humanidade à pergunta de Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos” (Q-875), que diz: “A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um.” E, na questão seguinte do livro citado, os Amigos Espirituais nos esclarecem que esses direitos são determinados por duas coisas: a lei humana e a lei natural. A lei humana é mutável e imperfeita como seus autores, porém a lei natural ou divina é imutável e perfeita como tudo o que Deus cria. Assim, desse modo, podemos entender que a justiça divina está baseada nos ensinamentos de Jesus, em particular neste: “Fazei aos outros aquilo que desejais para vós mesmos!” Deus colocou no coração do homem a regra de toda a verdadeira justiça, pelo desejo de cada um ver respeitar seus desejos. Esse é o guia mais seguro para evitarmos cometer injustiças para com nossos companheiros de caminhada evolutiva.
Por isso, querido amigo leitor, torna-se indispensável que, diante das adversidades da vida, nos mantenhamos serenos, visto que, por pior que se apresente a situação, tudo passa e essa situação também passará! Nós, igualmente, passaremos, pois todos estamos, neste mundo, de passagem! Jesus asseverou: “Meu reino não é deste mundo” (João, cap. XVIII), referindo-se, claramente, à vida futura, que ele apresentou em todas as circunstâncias, como o objetivo maior que o homem deve buscar na Terra. Este deve ser o grande entendimento de todos que aqui estamos, sendo um grande ensinamento que o Mestre nos deixou. O Espiritismo veio completar esse ponto nos explicando que a ideia clara e precisa que se faça da vida futura nos proporciona inabalável fé no porvir, mas uma fé raciocinada, porque reside na descrição das condições ditosas ou infortunadas dos que lá vivem, da existência dos que lá se encontram, de tal maneira demonstrando a justiça de Deus. A aceitação da vida futura acarreta enormes consequências sobre a moralização dos homens porque muda completamente o ponto de vista sobre o qual eles encaram a vida terrena. Allan Kardec em sua obra maravilhosa, “O Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo” assevera: “A responsabilidade dos nossos atos é a consequência da realidade da vida futura. Dizem-nos a razão e a justiça que, na partilha da felicidade a que todos aspiram, não podem estar confundidos os bons e os maus. Não é possível que Deus queira que uns gozem, sem trabalho, de bens que outros só alcançam com esforço e perseverança. A ideia de que, mediante a sabedoria de Suas leis, Deus nos dá de Sua justiça e de Sua bondade, não nos permite acreditar que o justo e o mau estejam na mesma categoria a Seus olhos, nem duvidar de que recebam, algum dia, um a recompensa, o castigo o outro, pelo bem ou pelo mal que tenham feito. Por isso é que o sentimento inato que temos da justiça nos dá a intuição das penas e recompensas futuras.” Estamos sob a lei do progresso, como lei divina, que nos impulsiona, instintivamente, a buscarmos o bem-estar, a praticarmos a lei da justiça, do amor e da caridade. Portanto, mantenhamo-nos serenos diante das injustiças que vemos todos os dias, nada de desespero ou aflição desmedida; pois elas servem para fazer desabrochar as nossas virtudes da paciência e resignação.