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Justiça e responsabilidade
Todos nós, criados simples e ignorantes por Deus, chegamos até aqui, através das múltiplas existências, construindo nossa evolução espiritual apresentando um grau moral diretamente proporcional ao esforço individual. O Espírito consciente utiliza de seu livre-arbítrio para desenvolver suas virtudes e domar suas más tendências. Evoluímos, através do uso da razão, diante do aprimoramento e do progresso, escolhendo o próprio caminho, para o bem ou para o mal. Nós devemos conquistar, um por um, todos os atributos da nossa grandeza, da nossa felicidade, mas para isso é necessário que haja a adversidade, a luta, o obstáculo, pois é nas lições mais rudes, mais difíceis, que empenhamos todo nosso esforço e adquirimos experiência. Entendemos, assim, por que há a necessidade do sofrimento físico e a angústia moral; é necessário para a depuração do espírito imortal. Verdadeiramente só damos valor, só reconhecemos e apreciamos os bens que adquirimos à nossa própria custa. Utilizamos, para evoluir, a vontade como a alavanca da vida, com infinitas possibilidades planejar e realizar. É, neste trabalho de aperfeiçoamento que aparece a utilidade das adversidades da vida, das existências com atribulações para que consigamos vencer as paixões, o orgulho e o egoísmo, para curar as chagas morais. Compreendemos, desta maneira a responsabilidade que temos diante das nossas escolhas; agir no Bem ou no Mal, pois as consequências seguirão a Lei divina da Justiça que nos contemplará, “a cada um segundo suas obras”. Emmanuel, no livro psicografado por Chico Xavier, “Justiça Divina” nos chama atenção ao alertar que: “O Criador concede às criaturas, no espaço e no tempo, as experiências que desejem, para que se ajustem, por fim, às leis de bondade e equilíbrio que o manifestam. Eis porque, permanecer na sombra ou na luz, na dor ou na alegria, no mal ou no bem, é ação espiritual que depende de nós.” O Espiritismo nos explica que o Mal é apenas um estado transitório, na evolução do Homem em sua destinação para o Bem. Tudo, ao nosso redor, demonstra a inferioridade do planeta em que habitamos, onde mudanças bruscas de temperatura, convulsões sísmicas, inundações, calores tórridos e frios rigorosos, fazem parte das atribulações a que todos estamos sujeitos. Claro, sabemos que existem relações diretas entre a ordem física dos mundos e o estado moral dos homens que os povoam. Não estamos aqui de férias nem em morada definitiva. Estamos aqui para aprender e evoluir intelectual e moralmente e somos responsáveis pelas nossas ações. O mal, a dor, o sofrimento, atributos da vida na Terra, são os instrumentos da Providência Divina que nos estimulam a andar para frente e evoluirmos. Léon Denis, em seu livro, “O problema do ser, do destino e da dor” nos diz que “o mal tem um caráter relativo e passageiro; é a condição da alma ainda criança que se ensaia para a vida. Pelo simples fato dos progressos feitos, vai pouco a pouco diminuindo, desaparece, dissipa-se, à medida que a alma sobe os degraus que conduzem ao poder, à virtude, à sabedoria!” Ele nos explica que a Justiça atinge todo o Universo; não havendo preferidos ou esquecidos, eleitos ou réprobos; que todos sofrem as consequências de seus atos. Assim, a Justiça Divina se faz para todos e é aqui mesmo, é em nós, e em redor de nós que ela exerce a sua ação. Emmanuel, no livro anteriormente citado, nos alerta: “Comecemos a cultura das boas obras, hoje ainda, onde estivermos, porque toda migalha do bem com quem for e onde for, é crédito acumulado ou começo de progresso na justiça divina.”