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28/06/2024
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Justiça e Misericórdia

     As dificuldades da vida têm uma causa e como Deus é justo, essa causa deve ser justa. As aflições da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem diversas que importa distinguir: umas têm sua Causa na vida Presente; outras, fora desta vida, em vidas passadas. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento (mau-caráter) ou por não terem limitado os seus desejos! Quantas uniões infelizes, resultado de interesses ou vaidade, nada tendo com isso o coração! Quantas doenças são o efeito da intemperança e de excessos de toda ordem! Quantos pais infelizes com seus filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio, deixando que nos seus filhos, se desenvolvessem os germes do orgulho, egoísmo e da tola vaidade que ressecam o coração; colhendo mais tarde, o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão. A quem portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O Homem é, assim, num grande número de casos, o autor de seus próprios infortúnios. Mas em vez de reconhecê-los, acusa a sorte, a Providência Divina, a falta de oportunidade, sua má estrela.... O Espiritismo vem nos esclarecer que o destino de felicidade ou de desventura está nas próprias mãos do ser imortal. Que Deus nos possibilita, em todos os momentos, o discernimento entre o certo e o errado para conduzirmos nossas escolhas e através do livre-arbítrio é que damos o rumo às nossas existências. Os Espíritos benfeitores da Humanidade nos esclarecem que todas as nossas ações são livres para as efetuarmos, mas através da Lei de Causa e Efeito, todas essas ações gerarão consequências que deverão ser suportadas por nós mesmos. Portanto, se hoje sofremos, estamos diante das consequências geradas por nossas escolhas erradas, assim, a dor serve para corrigir a nossa rota e não para nos impedir de caminhar. As quedas, os erros fazem parte da aprendizagem do Espírito imortal; não são castigos do Pai! É através da dor que entendemos que agimos errado e assim aprendemos a agir certo. Portanto, a dor não é punitiva, mas educativa, nos facultando um futuro mais feliz em direção à nossa meta traçada pelo Criador: a felicidade plena. Assim vemos que a justiça divina se faz sempre, a todos os seus filhos. É da Lei: “A cada um será dado segundo as suas obras”. Lembremos que somos responsáveis por todas as atitudes infelizes perante o nosso semelhante, assim como somos credores por todo bem que dispensarmos. Mas, ao lado da justiça de Deus, temos o acréscimo da Sua Misericórdia que atenua a nossa trajetória terrena de acordo com nossa capacidade de superação: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos aliviarei”. Se o tempo é patrimônio comum para todos, o uso bom ou mal que dele fizermos é problema particular de cada um. Jamais percamos a visão da meta superior a que todos estamos destinados e com Jesus trabalhemos com dedicação e perseverança na construção da nossa evolução moral, empenhando-nos em praticar o amor e a caridade mesmo diante das mais aflitivas situações que estejamos vivendo, porque todo o Bem praticado voltará na mesma intensidade a benefício de nós mesmos.


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Postado por:

Samira José Turconi

Samira José Turconi

Samira José Turconi é bioquímica, sócia-fundadora da Associação Médico-Espírita da Serra Gaúcha, do Centro Espírita Allan Kardec e expositora da Doutrina Espírita.

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