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Inocências
Olhei ao meu redor, descuidado, sem pressa, com o pensamento embaralhado. Uma selva, pensei, mas de concreto? - exclamei. Sim, de concreto! - minha consciência respondeu.
Diálogos internos ocorriam. Transeuntes desfilavam, de um lado a outro, num disparate orquestrado. A orquestra do caos. Fenômenos do silêncio individual. Ninguém se olha e, quando se olham, não se enxergam, cada um com sua história, várias almas e a selva de concreto ali, imponente.
Para onde tanta gente vai? O que desejam? Quais seus objetivos?
Formigas a passos largos, com destinos nem sempre cruzados com ambições, nem sempre positivas. Dizem que, muitas vezes, o inimigo já deitou em sua cama. Penso eu então, que a cidadela é moradia de inimigos. Interesses, ilusões, álcool, drogas, sexo, tudo disponível. Para qual objetivo? Ganhar vantagem sobre o outro? Mostrar superioridade? Poder, astúcia?
Sinceramente, passei dessa fase...e só passando por essa fase é que percebemos como as pessoas estão perdidas; perdidas em suas ilusões, “espertezas”, pseudossonhos, traições, enganações. Uns usando os outros para ter suas artimanhas atendidas e, na bacia das almas, cada sorriso fácil envolve uma aura taciturna.
Afinal, o que é importante mesmo para a vida não está em discussão, pois é considerado chato, quem tenta criticar o “sistema”.