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Genética e Mediunidade
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade Federal do rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade de Juiz de Fora (UFJF) identificou alterações genéticas em médiuns que podem estar relacionadas à mediunidade. O estudo foi publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria em janeiro de 2025. Foram comparados o DNA de 54 médiuns e os seus parentes de primeiro grau não médiuns, com o de 53 pessoas do grupo controle. Os médiuns tinham mais de 10 anos de experiência e realizavam o trabalho mediúnico sem receber recursos financeiros. Foi realizado um dos exames genéticos mais completos, o exoma, nos médiuns e nos seus parentes. Os resultados demonstraram 15.669 variantes genéticas exclusivas dos médiuns, sendo que 33 dessas variantes estavam presentes em pelo menos um terço dos médiuns, mas em nenhum dos parentes. Os pesquisadores também identificaram que um dos genes está ligado à glândula pineal, que foi considerada por muitos filósofos e pesquisadores do passado como a glândula responsável pela conexão entre o cérebro e a mente. Assim, o dom da mediunidade, que algumas pessoas acreditam ter, pode estar relacionado a alterações genéticas que fazem com que os médiuns tenham uma percepção maior do mundo espiritual em relação às outras pessoas. Vemos como a Ciência avança em suas pesquisas na comprovação da existência de fatores orgânicos pertinentes aos médiuns.
Na Doutrina Espírita, aprendemos que a mediunidade é uma faculdade natural, psíquica, de complexidade orgânico-espiritual, exclusiva do ser humano, que lhe permite perceber o mundo espiritual. As almas ou Espíritos daqueles que viveram constituem o mundo invisível, que povoa o espaço e no meio do qual vivemos: disso resulta de que desde que há homens há Espíritos e que eles têm o poder de se manifestarem com os encarnados, como fizeram desde a mais remota antiguidade. Allan Kardec, em sua obra, “A Gênese”, explica que a mediunidade “é uma faculdade una em seu princípio e multiforme em suas manifestações, com variadas nuances em seus meios e seus efeitos.” Sabemos também que Mediunidade é uma faculdade neutra, independe de raça, religião, classe social, idade ou as condições morais e intelectuais de seu portador. A mediunidade é, antes de tudo uma oportunidade de servir, bênção de Deus, que faculta manter o contato com a vida espiritual. É graças a ela que o homem se conscientiza das suas responsabilidades de Espírito imortal. É sobre as suas bases que se estabelece todo o caráter de esclarecimento e de consolo tão característicos do Espiritismo diante das aflições humanas.
Mas, Emmanuel, mentor de Chico Xavier, no livro “O Consolador” faz um alerta aos médiuns: “A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.” E, no livro, “Seara dos Médiuns” o mesmo benfeitor, Emmanuel, conclama a todos para o trabalho, quando nos diz: “(...) ainda mesmo que te sintas imperfeito e desajustado, infeliz ou doente, utiliza a força medianímica de que a vida te envolve, ajudando e educando, amparando e servindo, no auxílio aos semelhantes, porque o Bem que fizeres retornará dos outros ao teu próprio caminho, como bênção de Deus a brilhar sobre ti.”