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08/11/2024
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Fontes de sabedoria

    Conversar com pessoas de mais idade é, sem dúvida, uma das coisas que mais gosto de fazer. Não é à toa que entre meus amigos a maioria deles é pessoa que são mais experientes.

    Talvez por eu valorizar, e muito, as experiências da minha infância, sempre que posso deixo meu pensamento me levar de volta aos acontecimentos de quando eu era criança. Mas por mais longe que meu pensamento vá, o máximo que consigo chegar é aos meus três anos de vida. Já em uma conversa, com um alguém de mais idade, consigo através de sua experiência de vida voltar muitos anos antes de eu ter nascido.

    Sempre que posso, tiro tempo para prosear com alguém, e me comovo, pois percebo que eles guardam tanta coisa guardadas em suas bocas sedentas por alguém que tenha interesse de ouvir. São verdadeiras coletâneas de histórias, e só precisam de atenção e respeito.

    Leia, estude e pesquise. Isso te trará conhecimento. Agora se sua busca é por entender a vida e encontrar sabedoria, aprenda a ouvir. Busque tirar um tempo para uma conversa com alguém que seja mais experiente. Essa fonte de sabedoria contém riquezas que a vida foi moldando ao passo lento do tempo, e ao beber nessa fonte saciamos a sede de aprendizado que livro algum poderia lhe ensinar.

    A propósito, lhes ofereço os versos do poeta Valdo Nóbrega que ilustram a sabedoria que lhes falo, no seguinte poema:

VELHO

Mateando lento, falando mansinho

que o fim do caminho está poucas léguas

Revendo o passado, diz que o saldo anima

Que o patrão de cima vai dar uma trégua

Para ver o neto escovando o baio

Já fazendo ensaio para parar rodeio

E compreender que quem mais se apressa

Não cumpre a promessa de chegar primeiro

Velho que carregas, neste rosto sério,

Tanto mistério no olhar profundo

Tu sabes tudo, eu sou piá travesso

Só aprendi o começo para pelear no mundo

A vida dura despejou geada

E fez prateada a crioula melena

O arado do tempo já sulcou-lhe o rosto

Mas não traz desgostos, a vida vale a pena

Sabe o momento das lidas campeiras

E as manhãs matreiras, tal qual a perdiz

Passou rodeios, tropas e apartes

E aprendeu a arte de envelhecer feliz


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Postado por:

Jácson Lusa

Jácson Lusa

Tradicionalista, poeta, pesquisador, comunicador de rádio e cursando bacharelado em adm. de empresas.

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