Contrário à tudo que é recomendável, há anos não tenho esta satisfação na forma pretendida, a qual, logicamente, não é nosso litoral Norte: água fria, achocolatada, vento nordeste a grudar a areia no corpo já melecado do protetor solar; quando limpa, sem chuva as mães d’águas. Nunca vi ter que levar vinagre para beira-mar!!!

    Mesmo assim, o sol, assim como eu, parece ter tirado umas férias. A rua parece pedir socorro, se afogando em tanta solidão. As crianças não correm, os cachorros não cheiram os postes e os passarinhos não entram pela janela para roubar comida. Pela janela só tem entrado o vento que em mim provoca calafrios. Do sofá para a cama, da cama para o computador. Todos no litoral, noutro lugar, mas de férias.

    Pensando bem, para tudo dar certo tenho que tirar férias de mim mesmo. Isso mesmo, descansar das suas crises, chatices, problemas, dilemas. Fazer uma mala com tudo o que retém, me atrasa. Jogar dentro dela as sensações ruins, as culpas demasiadas, as críticas infundadas, os medos absolutos e as incertezas tão duvidosas que te faz recuar.

    A solidão da noite não é triste, pelo contrário, os bons pensamentos lava a alma e liberta qualquer dor, desconectadas das sombras, olhando para o céu, sempre desponta uma estrela acarinhada.

     Aprender a sentir a vida novamente, enfrentar os nossos medos, porque a vida é tão óbvia que o pior que pode nos acontecer é morrer, então de que adianta temer?

    Gozando das delas, se não sentires saudades de ti nessas férias de você, não volte, seja outro. Se voltares seja novo tudo de novo.

    Bom retorno aos colegas e, com nossos leitores esperamos agradá-los em 2025, esperando as novas Férias?