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Esperança e fé nos momentos de crise
O que nos faz alcançar nossos objetivos? O que nos ajuda em momentos de crise? Inteligência, conhecimento, habilidade, atitude, paixão, inspiração, transpiração, otimismo... Claro, tudo isso é importante, mas há duas ferramentas fundamentais: a esperança e a fé, principalmente em momentos de crise. A felicidade é uma construção diária do homem. É uma proposta de reeducação do comportamento que desenvolve nossos talentos e melhora a qualidade de vida. Porém, a cada dia, nos deparamos com situações adversas, com crises pessoais ou coletivas como esta que estamos vivenciando em nosso estado, há um mês, com a maior enchente do Brasil. A esperança dá-nos uma razão para continuar a lutar e acreditar que as circunstâncias atuais irão melhorar, apesar da natureza imprevisível da existência humana. Significa encontrar maneiras de fazer as coisas acontecerem, significa fazer planos e estabelecer metas realistas, mesmo diante das adversidades. A esperança não é apenas uma emoção que nos permite ver uma “luz no fim do túnel” quando tudo parece perdido. É um “processo cognitivo, de natureza motivacional, que visa atingir objetivos”. É a esperança que nos motiva a restabelecer relações interpessoais perdidas. Implica “sair de si mesmo” e esperar por algo que está por vir ou ocorrerá. Mas isto envolve reconhecer o que não possuímos, mas queremos alcançar. Ter esperança significa viver a nossa contingência, essa necessidade de viver em relação com os outros e com a realidade. Os cientistas mostraram evidências dos benefícios do pensamento esperançoso em algumas áreas da saúde: sistema imunológico, câncer, longevidade, saúde geral. A psiconeuroimunologia estuda a relação entre pensamento, emoções, comportamento e o sistema imunológico humano. Existe, portanto, no cérebro, uma verdadeira cascata de substâncias químicas que fluem por toda parte, transportadas pelos chamados neurotransmissores e neuropeptídeos, como consequência dos pensamentos fortalecidos pela esperança. Anthony Scioli, professor de psicologia no Keene State College, EUA, vê na esperança uma forte dimensão espiritual. O vínculo de cooperação que se estabelece não é apenas com os outros, mas também com uma entidade superior, ao contrário do otimismo, que está relacionado com a autoconfiança. Para Scioli, a esperança reflete, em última análise, a profundidade da conexão mente/corpo. Ele associa a esperança com as virtudes da paciência, da gratidão, da caridade e da fé; asseverando que a fé é a pedra angular da esperança. Ele afirma que “uma atitude esperançosa pode permitir que uma pessoa mantenha um “ambiente interior” saudável diante de enormes adversidades.” Na avaliação de Scioli, quem não nutre esperança precisa urgentemente aprender a cultivá-la, e não apenas nos momentos difíceis, mas em todos os momentos. Ele assevera: “Viver com esperança é a base para alcançar o verdadeiro sucesso, construir relacionamentos amorosos e obter uma verdadeira sensação de paz.” Allan Kardec, inseriu uma mensagem, no livro “O Evangelho segundo o Espiritismo”, que nos esclarece mais sobre esse assunto: A esperança e a caridade são corolários (consequências) da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor?” A fé é um sentimento inato no indivíduo. Entende-se como fé a confiança que se tem no cumprimento de uma coisa, na certeza de atingir um objetivo. Se todos nós compreendêssemos a força interna que trazemos, através do uso da esperança e da fé, e se quiséssemos pôr a vontade a serviço dessa força, não nos abateríamos tanto diante das adversidades que nos ocorrem; ao contrário, seguiríamos confiantes e fortalecidos na condução dos planos divinos para a nossa evolução. Fortaleçamos a nossa esperança e a nossa fé para o enfrentamento das adversidades atuais.