Notícias
Desapegar, liberdade para evoluir!
Se desejamos libertar a alma no momento da nossa morte, não podemos encarcerar o Espírito ao apego dos relacionamentos, dos patrimônios transitórios do plano material que, muitas vezes, representam as algemas em nosso coração. Lembremos das palavras de Paulo, o apóstolo dos gentios, “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.” (1Timóteo, 6:7) Chegamos à Terra na condição de peregrinos necessitados de aprendizado e mudanças de comportamento e, se sabemos que nos retiraremos dela sozinhos, precisamos aprender a prática do desapego, servindo a todos em favor de nosso crescimento espiritual para a imortalidade. Apego, segundo o dicionário, é Sentimento de afeição ou simpatia por alguém ou por alguma coisa. À luz da psicologia, apego é uma forma da pessoa ter proximidade com algo ou alguém que lhe seja importante. O problema é que, nem sempre, esse apego é saudável. Às vezes, ele resulta em sofrimento – e está aí a necessidade de mudança. Também é entendido como a procura por aprovação e atenção. O apego é também um estado interno, cuja existência pode ser observada através dos comportamentos que possibilitam ao indivíduo conseguir e manter a proximidade em relação ao objeto ou à pessoa motivo do apego. Já o desapego é o sentimento de alguém que desenvolveu sua capacidade de avaliar e selecionar o que “pode” e o que “deve fazer”, de acordo com sua própria autonomia e não sucumbir a um comportamento determinado por outros, o que caracteriza a heteronomia. O apego às coisas materiais é decorrente do instinto primário de sobrevivência do homem. A principal questão, no entanto, é quando todas as escolhas da vida passam a girar em torno dessas conquistas materiais, tornando o indivíduo escravo das suas aquisições. Em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, lemos na resposta à questão 895: “O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra que vê o futuro de um ponto de vista elevado.” Dessa maneira, conseguimos compreender que quanto mais apegado às coisas materiais, mais fortes são às algemas que nos prendem à inferioridade moral e, portanto, menos condições nós termos para evoluirmos moralmente. O Mestre Jesus já nos ensinou a prática do desapego às coisas materiais: “Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração.” (Mateus, 6) Mas, creio que ainda o maior apego se encontra no sentimento em relação às pessoas. Esse apego ocorre quando existe um sentimento de posse sobre outras pessoas. Essa posse está colocada no sentido de dominar, manipular ou depender de uma pessoa. Hoje, infelizmente, vemos tantos relacionamentos baseados no apego e não no amor, onde esse apego se expressa na forma de um ciúme doentio, às vezes, culminando com atos graves de violência chegando até o homicídio. É, portanto, necessário entendermos a diferença entre amor e apego. O amor liberta e o apego aprisiona. O amor convive e o apego controla. O amor acalma e o apego aflige. O amor esclarece e o apego confunde. Mais uma vez, Jesus nos ensina como praticar o desapego às pessoas: “Aquele que houver deixado, pelo meu nome, sua casa, os seus irmãos, ou suas irmãs, ou seu pai, ou sua mãe, ou sua mulher, ou seus filhos, ou suas terras, receberá o cêntuplo de tudo isso e terá por herança a vida eterna.” (Mateus, 19) Com esse ensinamento, Jesus explica que os interesses da vida do Espírito prevalecem sobre todos os interesses e sobre todos os relacionamentos humanos. Nesse sentido, Jesus nos alerta até mesmo ao apego em relação aos papeis que assumimos enquanto encarnados. Outro tipo de apego tem a ver com o autoconhecimento e libertação em relação a vícios, padrões de atitudes etc. O apego aos comportamentos não permite que aproveitemos as oportunidades de viver novos padrões comportamentais e psíquicos. Por vezes, esse apego a comportamentos de forma coletiva faz com que ajamos de forma diferente do que nossa consciência nos aponta como correto. O desapego aos comportamentos implica, por vezes, em agir de forma diferente da maioria das pessoas, mas com isso, lançamos sementes de padrões vibracionais positivos, influenciando outros. Enfim, desapegar é lembrar que não somos o que temos em coisas materiais, em relacionamentos ou em comportamentos viciosos. Desapegar é praticar, a cada dia, os ensinamentos de Jesus para que possamos alcançar a liberdade e evoluir!