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Crimes de Guerra
'Em primeiro lugar, as crescentes declarações de linguagem genocida que têm sido usadas por lideranças políticas e militares israelenses.
Os palestinos em Gaza foram chamados de “animais humanos”, até mesmo políticos moderados falaram em “quebrar sua espinha dorsal”.
Essas são citações que têm sido usadas desde as primeiras horas da reação de Israel aos ataques hediondos, aos crimes que os militantes do Hamas cometeram em Israel, que obviamente são crimes de guerra e pelos quais o Hamas deve ser responsabilizado.
Mas, ao mesmo tempo, a resposta de Israel tem sido muito atroz.
No entanto, para que o genocídio ocorra, não basta olhar para a intenção. Também é preciso olhar para a realidade: em cerca de três ou quatro semanas, Israel matou mais de 11 mil pessoas.
Os números são enormes, e temos uma opinião pública no Ocidente totalmente insensível quando se trata de mortes palestinas, porque elas aconteceram repetidamente.
Israel já havia matado 4,2 mil pessoas em Gaza entre 2008 e 2023 antes de 7 de outubro, sendo mil crianças.
O fato de Israel ter matado tantas pessoas e destruído ou danificado gravemente infraestruturas civis, bombardeado hospitais, escolas, mercados, mesquitas, igrejas… como é que isso pode ser justificado à luz do direito internacional?
Israel afirmou inúmeras vezes que tem o direito de se defender. E os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido, entre outros, também reiteraram em várias ocasiões que Israel tem direito à autodefesa.
Reitero mais uma vez: ninguém questiona o direito de Israel de se proteger e proteger seus cidadãos.
Mas a reação deveria estar em linhas com a lei e a ordem.
E em 1967, 350 mil palestinos foram deslocados e se tornaram refugiados novamente na Jordânia, Egito e outras partes do Oriente Médio, e também não foram autorizados a retornar.
É por isso que desta vez, quando da ordem de evacuação que o Estado de Israel emitiu ordenando que 1,1 milhão de pessoas — toda a população do norte de Gaza — se deslocassem para o sul, que também foi bombardeada, disse que este seria mais um exemplo de limpeza étnica porque, sob a névoa da guerra, Israel já fez isso duas vezes.
Então há a intenção e há o precedente.