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Comércio gaúcho acumulou alta no consumo nos meses que antecederam as cheias
Dados são do Panorama da Federação Varejista do Rio Grande do Sul
Os resultados do comércio varejista gaúcho apresentaram leve desaceleração em abril, o mês anterior à tragédia climática que atingiu o Estado. É o que demonstra o Panorama do Comércio RS, organizado pela Federação Varejista do Rio Grande do Sul. Em relação a março, houve retração de 1% na movimentação do varejo gaúcho. Quando considerado o varejo ampliado, a redução foi mais discreta, de 0,3%.
Ainda assim, no acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2023, o consumo do Rio Grande do Sul esteve em alta até abril, acima da média nacional. Enquanto no Estado o resultado do comércio varejista foi de 5,8% positivos, a média nacional foi de 4,9%. No varejo ampliado, o acumulado gaúcho foi de 6,3% no período, contra 4,7% no país.
Confirmando a tendência já observada nos três primeiros meses do ano, o perfil das compras no Rio Grande do Sul destaca itens de consumo doméstico e bens essenciais. Não à toa, no comparativo com abril de 2023, o índice percentual de crescimento no segmento de hipermercados e supermercados foi o dobro do registrado nacionalmente _ 12,2% contra 6,1%. Entre atacadistas de bebidas e alimentos, a variação foi semelhante _ 11,4% no Rio Grande do Sul e 5,6% no país.
A análise por segmentos demonstra ainda a consolidação da melhora no consumo de materiais de escritório, com variação de 17,6% no Estado, e a recuperação em materiais de construção, com variação semelhante regional e nacionalmente. Por outro lado, mesmo com crescimento no consumo acima de 10%, setores como os de veículos, motocicletas, partes e peças, e também de artigos médicos e farmacêuticos tiveram variação inferior à média nacional.
Antes das cheias, o setor industrial gaúcho apresentou crescimento acumulado superior ao nacional, chegando a 5%. Já os serviços tiveram leve queda de 1,4%. O levantamento do Caged apontou ainda saldo positivo entre os postos de trabalho no Rio Grande do Sul, com 13.512 postos de saldo no geral, e 2.969 no comércio, ainda assim, as admissões de 36.987 trabalhadores neste setor foram inferiores ao mês anterior.
Os dados referentes a abril apontaram ainda uma preocupação em relação aos índices de preços ao consumidor gaúcho. Houve, por exemplo, redução de 5,1% no consumo do setor de combustíveis e lubrificantes em relação a abril do ano passado. Com o IPCA de 2,04% em Porto Alegre em maio _ semelhante aos 2,27% nacionais _ os setores de alimentos e transportes representaram 42% do índice de aumento. Para que se tenha uma ideia, em junho, já considerando as consequências das cheias, o IPCA da Capital vai a 3,93%.
O Panorama analisa ainda o perfil de inadimplência no varejo gaúcho. Houve redução de 10,48% no número de devedores em comparação com maio de 2023, e em 44,19% dos casos, a dívida não ultrapassa os R$ 1 mil.