Nem sempre conseguimos compreender com lucidez os auxílios do invisível, que recebemos do mundo espiritual superior. No entanto, nossa existência é controlada por uma Fonte Divina, perfeita e harmônica, cuja única intenção é a evolução das almas. Deus, nosso Criador, Guardião de tudo o que existe, nos protege de forma contínua, suprindo-nos interna e externamente, quer reconheçamos ou não como verdadeira a Providência divina. Essa providência que se manifesta, incessantemente, em todas as situações e lugares, proporcionando vasta gama de recursos, com vistas à proteção, ao futuro e ao progresso de todos nós. Os homens esperam sempre ansiosamente o auxílio do plano espiritual. Não importa o nome pelo qual se designe esse amparo que acontece de infinitos modos. Um deles dá-se por intermédio de tutores espirituais, conhecidos pelo nome de guias ou amigos espirituais.

    Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, no capítulo IX, traz uma série de explicações dos diferentes Espíritos que nos orientam na caminhada evolutiva. São os Espíritos protetores, os Espíritos familiares e os Espíritos simpáticos. Esclarece que os Espíritos protetores ou Anjos Guardiães são sempre um bom Espírito e mais evoluído que seu tutelado. Trata-se de um orientador principal e superior. Sua missão assemelha-se à de um pai para com seus filhos. Possuem a tarefa de velar e conduzir seu protegido, no caminho do bem, através de conselhos, ao dar coragem nas mais diversas provas da vida e consolo nos momentos de aflição. Sente-se feliz quando acertamos e se entristece quando erramos. Podemos entrar em contato com ele através de uma oração. Os Espíritos Familiares são orientadores que se ligam por laços menos duráveis, porém sempre sendo úteis. Embora menos evoluídos, igualmente querem o nosso bem. Podem ser os Espíritos de nossos familiares ou amigos. Seu poder é limitado e nos auxiliam com permissão do Espírito Protetor. Os Espíritos Simpáticos podem ser bons ou maus, conforme a natureza das nossas disposições. Ligam-se a nós por uma certa semelhança de gostos, de acordo com nossas inclinações pessoais. Geralmente, são apenas atraídos pela semelhança de pensamentos e sentimentos, assim para o bem como para o mal. Portanto, ninguém, absolutamente ninguém, está desamparado. Entretanto, Deus não nos atende pessoalmente, conforme nossos caprichos, mas por intermédio das suas leis imutáveis de seus mensageiros, isto é, Deus auxilia as criaturas por intermédios das criaturas. Os anjos ou protetores espirituais de hoje são os homens de ontem, que evoluíram, abandonando a animalidade.

    Emmanuel, no livro “Caminho, Verdade e Vida”, de Chico Xavier, no capítulo 100, faz um alerta: “Os auxílios do invisível são incontestáveis e jamais falham em suas multiformes expressões, no momento oportuno; mas é imprescindível não se vicie o crente com essa espécie de cooperação, aprendendo a caminhar sozinho, usando a independência e a vontade no que é justo e útil, convicto de que se encontra no mundo para aprender, não lhe sendo permitido reclamar dos instrutores a solução de problemas necessários à sua condição de aluno.” Portanto, lembremos que diante da solidão, dos nossos erros, das nossas aflições, poderemos refazer o nosso passo e buscar os auxílios do invisível pelo pensamento em oração, que, seguramente, eles virão!