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Aflição e Resignação
Por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros, tudo parece sorrir? Parece que todos estamos, de uma maneira ou outra, vivenciando dramas, dores, preocupações, relacionamentos conflituosos, aflições, enfermidades, tristezas, pesares etc. Como, então, suportarmos todas essas aflições e mantermos a paz interior? Jesus já afirmou: “Neste mundo, tereis aflições; mas, tende bom ânimo! Eu venci o mundo.” (João, 16:33)
Através dos recursos iluminativos da Doutrina Espírita, poderemos buscar o entendimento e a explicação racional. A Terra é um planeta de provações e de expiações, onde o mal predomina e onde o bem ainda se elabora, conforme nos esclarecem os Guias da Humanidade. Se nesses mundos predomina o mal, todos aqueles que neles vivemos, estamos, de certa maneira, sujeitos ao mal desse mundo. As aflições que vivenciamos têm duas origens: próprias do planeta em que vivemos e como resultados das nossas escolhas equivocadas. O espiritismo nos esclarece que as nossas dores são oportunidades de evolução visando o progresso espiritual ou o resgate das nossas faltas passadas, visando a reparação de erros cometidos. Assim, ninguém sofre por injustiça ou castigo divino. Fica claro, desse modo, que as aflições são um meio de evolução, uma ferramenta para adquirir experiência, para sentirmos a diferença entre o Bem e o Mal, em última análise, propor a melhora moral do Espírito.
Na medida em que sabemos disso, encaramos melhor as dores do mundo, as dores da Terra, com uma virtude que se chama resignação. A resignação, de maneira alguma, será acomodação. Resignar-se é submeter-se, voluntariamente, às leis de Deus. RESIGNAÇÃO é completamente diferente do CONFORMISMO. Na resignação, o indivíduo, diante da situação aflitiva, procura se adaptar sempre aos designíos divinos e aos ensinamentos de Jesus, sem deixar de se melhorar. É uma aceitação lógica e ativa. O conformismo coloca o indivíduo na acomodação das circunstâncias, seja por preguiça, indolência, orgulho ou até mesmo ignorância. Não temos que cruzar os braços porque sofremos ou diante das dores e deixar que Deus resolva. Diante do sofrimento, aquele que muito sofre deve reconhecer que tem muito a expiar e aprender e que, através de sua resignação, pode tornar proveitoso seu sofrimento. Para isso é necessário desenvolver a resignação como uma submissão ativa. Assim, aquele que deseja a virtude da resignação deve fortalecer a confiança em Deus como Pai de infinita bondade e justiça; compreender a imortalidade do Espírito, que nos leva a enxergar todos os acontecimentos e situações da vida como coisas passageiras; aceitar a Lei das vidas sucessivas como uma lei natural, através das quais vamos evoluindo de Espíritos simples e ignorantes a Espíritos angélicos, precisando, pois das dificuldades da vida material para que essa evolução intelectual e moral se processe; compreender a Lei de Causa e Efeito, através da qual vamos corrigindo nossos erros e omissões, conhecendo as causas das nossas aflições pelos efeitos que sentimos e recebemos, aprendendo assim a evitar as causas que os provocam. Compreendendo esses princípios, e entendendo as palavras de Jesus " Bem- aventurados os aflitos porque serão consolados", os inevitáveis infortúnios da vida poderão ser recebidos como oportunidades de testes de avaliação do processo evolutivo, de resgate de dívidas, portanto com alegria, com confiança, com certeza de que são experiências saudáveis, necessárias e úteis ao nosso progresso espiritual. É o permanente convite da Doutrina Espírita ao autoaprimoramento. Além dela nos esclarecer consolando e nos consolar esclarecendo, ela nos ensina a voltar os olhos para o futuro, acalentando-nos com as bênçãos da esperança na vida futura.