Diante dos acontecimentos que temos visto e vivenciado, muitos de nós podemos até concluir que a vida não tem mais sentido, não tem mais valor. Uns matam, outros roubam, outros ainda, se corrompem diante dos cargos e das oportunidades de enriquecimento ilícito, não se importando com o prejuízo que causarão aos seus conterrâneos, nem com o sofrimento que originarão em tantos corações. Há uma banalização da vida. A época em que vivemos é contraditória. Afinal não há como deixar de se notar que, no mundo atual, se abre uma série de intensos conflitos no espírito humano. Uns buscando solução de seus problemas em psicoterapias, outros na religião, alguns em livros de autoajuda, outros em elaborações intelectuais. Mas mesmo assim muitos ainda estão desorientados ou em um desespero silencioso. Vivemos realmente uma crise que nos leva à busca por valores reais, aqueles que norteiem nossa caminhada e nos deem algum propósito sobre a valorização da vida.

A verdade é que todos nascemos com potencial para a grandeza, abençoados com oportunidade para alcançar novas alturas. Mas, tristemente, muitos de nós, preocupados demais com o que os outros possam pensar, com medo demais de mudanças, esquecem de usar todos os seus talentos para a sua própria evolução e deixam de tomar atitudes em benefício de si e da sociedade em que vive.

Ao longo de seu desenvolvimento, o homem acabou adotando valores e comportamentos que o afastaram de sua característica essencial: ser filho de Deus. Uma das causas desse distanciamento é a crise moral e ética pela qual passa a sociedade, o que resulta em uma visão materialista do ser humano. Neste contexto, o valor do homem está relacionado ao quanto ele produz, o quanto consome, o quanto é útil e eficiente. Somente isto! O homem tem valor de acordo com a sua posição e produção. As oportunidades que Deus nos concede são múltiplas, mas únicas em cada momento. É assim que devemos interpretar os desafios que surgem em nossa vida, como oportunidades de crescimento. Quer sejam eles de motivação emocional, social ou profissional.

O enfrentamento do desafio é um instrumento importante para a auto iluminação, pois somente assim, exigindo um pouco mais de nós mesmos, saímos do ponto de acomodação e caminhamos em direção a um estágio mais elevado onde poderemos exercitar novos talentos. Deixamos para trás a nossa “zona de conforto” e nos capacitamos, como aprendizes, a trabalharmos com devotamento sobre nossas emoções.

Aquele que busca o crescimento terá seus talentos multiplicados e acabará por apresentar melhor o seu trabalho junto daqueles que o procuram, oferecendo as suas experiências em prol do auxílio dos seus irmãos de caminhada.

Situações embaraçosas aparecerão constantemente, a fim de nos depararmos com nossas fraquezas para aprendermos a gerenciar nossas emoções. Assim, os desafios, quando olhados sob o prisma da oportunidade redentora dos vícios e das más tendências, exercem uma função libertadora sobre aquele que ainda se acha cativo das imperfeições morais, tão arraigadas em nós todos.

A vida é muito mais do que isso! A vida tem um valor inalienável, inegociável. Como autores da nossa própria história, colhemos o que plantamos, seja nesta vida, ou em outras encarnações; portanto façamos escolhas acertadas de acordo com a nossa natureza espiritual, como filhos de Deus, de acordo com a nossa consciência, onde estão escritas as Suas Leis Divinas.