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24/05/2024
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A solidariedade do povo brasileiro ao povo gaúcho

       Ainda sobre a enchente, sim! Não temos como falar de outra coisa! Essa tragédia não encontra precedentes na história do Brasil, pela severidade e enorme extensão de área atingida. O Brasil se une em luto e solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul, devastado pelas fortes enchentes que ceifaram vidas, deixaram pessoas desaparecidas e milhares desalojadas. Já são mais de 2,3 milhões de gaúchos atingidos, em 466 cidades de 497 municípios no estado do Rio Grande do Sul. Neste momento de profunda dor e incerteza, nossos pensamentos estão com as vítimas, seus familiares e todos aqueles que foram afetados por essa tragédia. Ela impôs perdas irreparáveis e desafios nunca imaginados. As pessoas atingidas relatam estarem em cenário de guerra, onde tudo foi destruído pelas águas. É fundamental que os esforços para auxiliar as vítimas das enchentes continuem de forma organizada e eficiente. Vemos a solidariedade do povo brasileiro ao povo gaúcho se manifestar em todos os momentos.

    A solidariedade é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum. Mais do que um indivíduo independente e autônomo, o homem é, portanto, um “ser social”, e colabora ativamente no campo da solidariedade. Trata-se da mais nobre manifestação do empenho coletivo edificante. A fraternidade é um sentimento que envolve a solidariedade, a empatia, o respeito e a compaixão pelos outros. É a capacidade de colocar-se no lugar do outro e compreender as suas necessidades, desejos e dificuldades. É a disposição para ajudar, apoiar e estar presente nos momentos de tristeza. O francês Léon Denis (1846-1927) – um dos principais continuadores do espiritismo após a morte de Allan Kardec – em seu livro “O problema do Ser, do destino e da dor” argumenta que o Espiritismo, através da lei da reencarnação: “(...) ensina-nos que os homens são solidários uns com os outros, unidos por uma sorte (destino) comum. As imperfeições sociais, de que todos mais ou menos sofremos, são os resultados de nossos erros coletivos no passado. Cada um de nós traz a sua parte de responsabilidade e tem o dever de trabalhar para o melhoramento do destino geral. (...) A doutrina das reencarnações aproxima os homens mais do que qualquer outra crença, ensinando-lhes a comunidade de origens e fins, mostrando-lhes a solidariedade que os liga a todos no passado, no presente, no futuro. Diz-lhes que não há, entre eles, deserdados nem favorecidos, que cada um é filho de suas obras, senhor de seu destino. Nossos sofrimentos, ocultos ou aparentes, são consequências do passado ou também a escola austera onde se aprendem as altas virtudes e os grandes deveres.”

    A solidariedade – esse sentimento, portanto, de identificação (de reconhecimento) das dificuldades e necessidades alheias e consequente boa vontade para a cooperação, conclama a todos nós, não atingidos diretamente pelas aguas, para auxiliarmos em tudo e com tudo que pudermos. Com nossas doações materiais e recursos financeiros, com nosso tempo, com nosso auxílio emocional e, também, com nossas orações. O exercício da solidariedade fraterna é ação basilar dos que escolherem o reencontro com Deus, no dizer de Jesus, quando enunciou Sua grande síntese evolucionária: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Em nossas orações diárias rogamos a Jesus e às Falanges de Benfeitores que abençoem e protejam nosso valoroso povo gaúcho diante de tão dura provação.


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Postado por:

Samira José Turconi

Samira José Turconi

Samira José Turconi é bioquímica, sócia-fundadora da Associação Médico-Espírita da Serra Gaúcha, do Centro Espírita Allan Kardec e expositora da Doutrina Espírita.

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