A Crônica trata-se de um gênero literário bastante diverso e estudado no Brasil, a crônica é um tipo de texto habitualmente breve que utiliza linguagem simples e acessível. Seus temas costumam estar relacionados como o cotidiano, espelhando o contexto sociocultural e político do momento da produção; também podem assumir várias funções diferentes. Como exemplos de crônicas temos textos descritivos, humorísticos, jornalísticos, líricos ou históricos. Por isso a liberdade de escrever.

    Iniciamos o último mês do ano de 2023 e a vida continua igual. Nada mudou, nada mudará porque nosso cotidiano, também com suas adversidades, uma ou outra, somadas aos sucessos, sempre me manifesto em relação aos sentimentos, distante da materialidade, faz parte; diferentes para uns e outros, mas no conjunto é a nossa vivência.

    É assim, uma vez num gesto espontâneo, o homem colhe uma flor do jardim. Nos dias seguintes, ele acompanha o seu processo de decomposição, sendo levado a pensar sobre a passagem do tempo, a fragilidade e efemeridade da vida.

    Desde então não mais teve medo da morte porque ela não existe, não está presente e, quando aparece nos leva.

    Penso nas cores das penas dos pavões para dar luz a este momento e observo a reflexão imaginária delas e chego à conclusão da criação artística da vida e a importância da simplicidade.

    Apresenta uma definição da verdadeira beleza, em razão da elegância natural, cujo seu brilho é visto, interpretado e apreciado dependendo da forma como olhamos para elas, suas plumas, para nos distanciarmos das imposições sociais e dos padrões redutores.

    Porém, observando e enaltecendo os gestos cotidianos e os atos mais comuns da natureza representada pela belíssima ave, verificamos que o poder que existe em todos nós, quando buscamos o bem através do amor, mais muito além da imagem de cada um independente.

    Consideram a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores como é um luxo imperial. Porém, as cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Conclusão: de água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.