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21/03/2025
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A pessoa e seu Mistério

    Era um mendigo estranho. Andava sempre pelas ruas, não tinha amigos, pouco falava, nunca sorria e quase não pedia esmolas. Carregava consigo seu mistério. Ninguém conhecia seu passado. Podia ser um santo ou um antigo presidiário. Uma pessoa totalmente desligada da comunidade e da vida social.
    Não tinha lugar fixo para dormir e carregava sempre consigo um saco onde guardava tudo o que possuía. Provavelmente, roupas velhas e sujas e algum alimento. Respondia com educação e dava mostras de que não gostava de confidências. Algumas vezes participava da oração da comunidade, na igreja. Chegava depois de todos e, antes de todos, saia. Ninguém o seu passado, a sua história e seu nome. Era conhecido apenas por “Mendigo”.
    Faleceu durante a noite e o corpo foi recolhido pela Prefeitura para ser sepultado como indigente. No local onde morreu ficou seu inseparável companheiro, o saco com sua pobre riqueza. Uma criança curiosa abriu o saco e constatou que, além de uns trapos, existia uma pedra de aproximadamente meio quilo. O relojeiro da comunidade identificou a pedra como um enorme diamante, valendo milhões.
    Este mendigo é nosso conhecido, continua andando em nossas ruas e, quem sabe, mora em nossa família. Continuamos vendo seus traços exteriores, mas ignoramos o diamante que carrega consigo. Até mesmo, no conjunto de nossa, vida nos identificamos, em muitos pontos, com ele.
    Nosso tempo é marcado pelo individualismo. Cada um por si e Deus por todos, admitimos. Avaliamos as pessoas pelo seu exterior, pela sua condição social, ignorando a riqueza de que é portador. Cada pessoa é única. Não existe, nem existirá, uma pessoa idêntica a cada um de nós. Somos portadores de fragilidades, mas também contemplados com a grande riqueza da vida.
Nossos olhos estão acostumados a perceber mais facilmente o negativo. Os olhos de Deus são bons e nos convidam a ver cada irmão, cada irmã, como Ele nos vê. Ninguém caiu tão fundo que não mereça ser amado. Nenhum pecado ou fracasso são maiores que a dignidade da pessoa. Jesus morreu por todos e ama cada um dos seus filhos e filhas. Ele nos pede que amemos a todos, como Ele nos ama. Tereza de Calcutá dizia: quando você julga um irmão, não tem tempo de amá-lo.

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Frei Aldo Colombo

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