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29/06/2023
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A fruta mais madura

O natural da vida é que tudo o que aparenta maior, mais bonito, mais seguro, mais gostoso, chame mais a atenção, seja o primeiro a ser adquirido, ou pelo menos mais cobiçado. Uma árvore pode conter centenas de frutas, você vai colher primeiro a mais bonita e a que aparenta estar mais madura.

Quando você escolhe presentear alguém com um ramalhete de rosas naturalmente escolherá as mais formosas. É natural do ser humano esse comportamento. Raramente o contrário acontece.

Sempre fui repreendido pelo meu pai quando, ao servir, pegava o pedaço de carne maior. Em sua repreensão ele deixava claro que só quem tem "olho grande“ pega o melhor pra si. Com o passar do tempo entendi melhor o seu ensinamento. Não se trata de estar sempre errado ao escolher o melhor. Quando você escolhe a rosa mais bonita para presentear, você está pensando em dar o melhor a alguém, quando você colhe a fruta mais bonita para comer, você está querendo o melhor pra si.

Não devo então querer o melhor pra mim? Sim, deve, desde que isso não cause o pior para alguém. O segredo é buscar o melhor, mas refletir se isso seria o mais justo com os demais. A escolha entre o melhor e o pior requer sabedoria.

Um dia ouvi a seguinte frase: "porque vou escolher a fruta menor e correr o risco de aquela grande ir parar no lixo?" Faz todo sentido. Agora imagine que o número de frutas seja contado para atender exatamente o número de pessoas e você querer a maior, ou ainda pegar duas. O que acontecerá com a última pessoa a pegar uma fruta?

Nesse sentido é que a humildade, o respeito, a educação e a sabedoria permeiam essa escolha. Agora de nada adianta você escolher a fruta menor e se sentir triste porque alguém ficará com a mais bonita. No fundo é seu coração que escolhe, e sua mão vai só executar. A cobiça está naquele sentimento de não se importar com os outros, ou seja, se eu comi bem, não me interessa saber como, e se, o meu irmão irá comer.

A partilha vai muito além do objeto que é partilhado, envolve a essência do sentimento de quem partilha. Se o coração de quem doa doer, não houve doação.

Por um dia mais justo para todos


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Postado por:

Jácson Lusa

Jácson Lusa

Tradicionalista, poeta, pesquisador, comunicador de rádio e cursando bacharelado em adm. de empresas.

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