Quando nos referimos a esse ensinamento de Jesus contido em seu Evangelho de amor, , entendemos que o Mestre Nazareno estava nos alertando sobre um dos maiores inimigos do homem moderno: a ansiedade. Sabemos que esse transtorno mental acomete muitas pessoas em todo o mundo, mas o Brasil é o campeão isolado em número de indivíduos ansiosos no planeta. E, infelizmente, os índices sofreram um aumento nestes dois anos pós-pandemia. A ansiedade é uma de nossas emoções primárias, mais antigas e evolutivas. Ela nos avisa de ameaças à nossa integridade física e mental e também nos tira da inércia. Se não a tivéssemos, não trabalharíamos, não nos mexeríamos para alcançar quaisquer objetivos. Ela é necessária para nossa sobrevivência, porém, quando permanente em nossa vida, transforma-se num elemento perturbador, diante da descarga hormonal que provoca em nosso organismo, levando o indivíduo a desenvolver quadros de enfermidades: as doenças psicossomáticas.

A ansiedade é caracterizada pela preocupação excessiva com o dia de amanhã. Nessa preocupação fortalecida de aflição, o homem tenta viver hoje o que só pode ser vivido amanhã.

Jesus, psicólogo inigualável, conhecedor dos efeitos nocivos da ansiedade, advertia: “não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. A cada dia já basta o seu mal”. (Mateus, 6:27 a 34). Não quis Jesus ensinar que devêssemos ser negligentes com relação ao futuro; no entanto, convidou-nos a vencer a inquietação, a preocupação exagerada. Não esqueçamos que os momentos de cada dia são valiosos; a natureza nos ensina a não pular etapas, sem que soframos a penalidade através de resultados indesejáveis. Acreditar que a vida é perfeita e que nada existe que não tenha uma razão de ser nos conduzirá sempre ao discernimento de que tudo está certo de maneira inequívoca e absoluta. Cada um transita pelo caminho certo, na hora exata, de acordo com seu estado evolutivo. Todos estamos amparados pela sabedoria providencial das Leis Divinas. Em qualquer circunstância devemos trabalhar a mente para que mantenhamos a serenidade. Dessa forma, não sofreremos antecipadamente por algo que poderá nem acontecer. Não tentemos mudar a sequência dos fatos. Existem etapas regidas por ciclos evolutivos que são, em verdade, o processo espiritual de desenvolvimento de cada um. Cada fase antecede a outra; portanto tudo está equilibrado harmonicamente pelas normas do Poder Divino. Não tenhamos pressa, a calma nos ajudará a atravessar o momento de crise e os frutos do amanhã serão proporcionais à nossa paciência de agora. Fortaleçamos a fé humana e a fé divina e sigamos em frente, nestes dias de transição planetária, mantendo a calma e a paciência e sobretudo a saúde mental.