Recentemente, fomos surpreendidos por um levantamento do Banco Central que revelou que 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram cerca de R$ 3 bilhões em apostas esportivas, as famosas bets, apenas no mês de agosto. Essa informação expõe um problema grave: a vulnerabilidade financeira de muitos brasileiros, agravada pela falta de conhecimento sobre como administrar o próprio dinheiro. 

        Em um país com baixo nível de alfabetização financeira e alto índice de endividamento nas famílias, precisamos de medidas mais concretas para estimular o pensamento crítico e o aprendizado sobre o uso consciente do dinheiro. Nesse contexto, a educação financeira, surge como uma ferramenta fundamental, que deve ser introduzida desde a infância, nas escolas. 

        Essa é uma causa que defendo desde o início da minha trajetória política, quando, como vereadora e deputada estadual, propus leis que incluíram a educação financeira no currículo das escolas municipais e estaduais. Como deputada federal, pretendo aprovar a mesma iniciativa na Câmara dos Deputados. 

        Estender esse conhecimento aos próprios beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, é igualmente relevante. Por isso, apresentei uma emenda à Medida Provisória que institui o Bolsa Família, para tornar obrigatória a inserção de conteúdos de educação financeira para as famílias beneficiárias. 

        Incluir o tema no currículo básico vai além de uma medida preventiva; é uma iniciativa capaz de transformar a forma como as futuras gerações lidam com o dinheiro, permitindo que as pessoas administrem melhor seus próprios recursos, planejem o futuro e evitem o endividamento. Além disso, a educação financeira capacita os cidadãos a compreenderem melhor o uso do dinheiro público, contribuindo para um olhar mais crítico e consciente sobre os impostos que pagam. 

        Por isso, ensinar educação financeira desde cedo pode ser o primeiro passo para promover uma mudança significativa na realidade econômica e social brasileira.