Poucos de nós, seres “humanos”, somos bons observadores. Normalmente quem tem mais paciência, quem vive menos na rotina acelerada, ou quem vive mais focado no consciente consegue observar mais. Esses são seres que acessam uma parte da vida que é preciosa.

Quem observa atentamente o mundo ouve o mais belo do canto dos pássaros, escuta a mansa água dos riachos percorrendo o caminho das pedras, escuta os grilos ao anoitecer, e como costumo brincar muitas vezes quando estou com alguém e quase não se ouve nada... Se escuta até a grama crescer.

Quem tem o dom de observar e escutar percebe que não são as grandes coisas, grandes obras, grandes barulhos que movem a vida. Esses movem instantes, o que move a vida são os pormenores da vida que parecem agir na coadjuvância da roda da vida.

Num fim de semana desses, levei meus filhos para um riacho. Decidimos levar o mínimo necessário para fazer uma aventura. Levamos fósforo, mas não levamos a lenha, no intuito de procurar no mato. Como não fomos para caçar, levamos a carne. Meu filhinho de sete anos ficou responsável por acender o fogo e o mais velho de dezesseis anos responsável por preparar o almoço. Eu fiquei com a mais importante das responsabilidades... OBSERVAR.

Cheguei à conclusão que não é necessário fazer coisas mirabolantes para fazer um dia especial para alguém, o que as pessoas precisam é se sentirem fazendo parte de tudo. Cada um fez uma coisa e todos chegamos ao final do dia com tanta alegria que voltamos cantando para casa.

Meu desejo é que cada um de nós consiga ter tempo de observar um pouco mais o que nós precisamos, e o que as pessoas ao nosso redor precisam. Assim entenderemos que não se trata de fazer algo grandioso, mas sim de fazer algo. E não importa o cargo que a gente ocupe, sempre há a possibilidade de mudar o dia de alguém, mas que seja para melhor.