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27/09/2024
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Risoto

    Lembrei-me da Dona Rosalina, uma amiga minha da cidade de Erechim, que um dia disse que o meu risoto era o melhor que ela já tinha comido. Foi através desse incentivo dela que comecei a me dedicar a fazer cada vez melhor.

    Cebola, alho, manjerona, alecrim, manjericão, pimentão, tomate, óleo... A carne pode ser de gado, resto de churrasco, charque ou de frango... Cebolinha verde e salsa... Quanto ao arroz, prefiro o arbório ou branco. Não gosto muito do parboilizado.

    Precisa de tudo isso para ficar bom? A resposta é, não! Nem sempre tive todos os ingredientes, principalmente os temperos. Já fiz só com óleo, arroz, carne e sal... Fica bom? Fica! Sempre respeito quando algum convidado não gosta de algum dos temperos, e não me importo de deixar sem.

    O que determina se vai ficar bom, não são somente os temperos, mas o amor e o capricho com que você faz a comida. Quando você consegue unir todos os temperos, com capricho e amor no preparo, respeitando o tempo e a ordem de cada detalhe, chegamos ao ideal que é encantar quem vai comer...

     Eu gosto de colocar cada ingrediente no seu tempo, com a temperatura do fogo ajustada em cada etapa, e respeitando o tempo de cada ingrediente. Risoto pronto tem que ser servido, nada de deixar pra mais tarde ou esperar alguém que está atrasado.

    Fico pensando em quanta coisa o risoto nos ensina sobre a vida... A vida é como um risoto... A receita da luta diária rege a forma de preparo e o tempero são as nossas competências, dons, desejos, sonhos, tristeza, dores, amigos… Não precisa ter todos os ingredientes, mas com o passar do tempo passamos a perceber que quanto mais tivermos à disposição, mais chances de êxito teremos.

    Se você jogar tudo o que tem de ingrediente na panela, fechar a tampa e depois comer, vai ser um risoto... Se jogarmos todas as nossas qualidades na panela do tempo com fogo alto, o nosso “risoto”, digo, a nossa vida, será como aquelas comidas sem gosto definido, sem cheiro definido, queimado, sem beleza, sem sabor…

    Respeite o tempo de cada coisa, ajuste a intensidade de cada momento, tome ciência sobre os temperos que dispõe, decida quando e quais deve usar, respeite as pessoas em sua volta, mas o mais importante de tudo, coloque amor e capricho em tudo que for fazer. Você é o chef de seu “risoto”, e tenho plena certeza de que você deseja ouvir ou sentir alguém expressando aquele gesto de aprovação. Huuuuuuummmmmmm! Delícia! E não tem nada mais gratificante, que ver as pessoas disputando a “rapinha”!


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Postado por:

Jácson Lusa

Jácson Lusa

Tradicionalista, poeta, pesquisador, comunicador de rádio e cursando bacharelado em adm. de empresas.

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