Quando temos a oportunidade de conversar com jovens ou ao observá-los sentados nos bancos escolares ou passeando nos shoppings e cinemas, ou pelas ruas e festas, percebemos a existência de um vazio existencial profundo, um imediatismo inconsequente, um sensualismo intenso e uma fragilidade emocional que pouca resistência oferece aos desafios da vida que fazem parte do próprio desenvolvimento espiritual do ser imortal encarnado em um planeta de provações e expiações como é a Terra. Na sociedade, há um grande número de jovens que pensa pouco, contextualiza o mínimo, não sabe reconstruir conhecimentos, não possui ideais enobrecidos, mais deixando-se levar pela vida do que realizando-a pelos seus próprios passos. É uma situação muito preocupante, onde as ideias materialistas predominam e a porta está aberta para o convite dos vícios que degradam o corpo e a alma. Paremos um pouco para uma reflexão sobre o tema. Qual a causa de tão grave problema? Por que as instituições encarregadas da educação – família, escola, universidade, igreja – não conseguem mudar esse quadro que se repete de geração em geração? O que vemos é que essas instituições estão afastadas da formação de caráter, do desenvolvimento das virtudes e da espiritualidade do ser.

      Dr. Içami Tiba, médico-psiquiatra, em seu livro “Disciplina - O Limite na Medida Certa”, nos afirma que a mídia, principalmente a televisão, tem forte influência sobre adolescentes com relação ao consumismo, a cultura do prazer pelo prazer, a erotização e a ausência de limites, devido à falta de disciplina, atribuindo como um problema sociocultural. Percebemos, então que é necessário fazermos uma nova tomada na direção da educação desses jovens. É preciso conscientizarmos aos pais e educadores sobre a abordagem de uma educação que tenha como foco principal a visão do indivíduo sobre si mesmo e sobre a vida, fazendo-o pensar, sentir e vivenciar as consequências morais dessa nova visão. O Espiritismo, ao apresentar a alma imortal, a reencarnação como proposta educativa do espírito e a lei da evolução como meta de perfeição, explica as causas do sofrimento e o caminho para a verdadeira felicidade. É necessário compreender a finalidade da existência física; o objetivo desta etapa evolutiva e trabalharmos para o aperfeiçoamento e progresso de todos. Se torna, pois, urgente a mudança de rumos na educação, desde a tenra idade infantil. Educar é, pois, elevar, estimular a busca da perfeição, despertar a consciência, facilitar o progresso integral do ser. Cremos que Allan Kardec já nos deu a melhor definição de educação como sendo “o conjunto de hábitos adquiridos.” Enquanto a família e a escola não entenderem a profundidade da educação moral, na prática da empatia, na vivência do ensinamento de Jesus, fazer ao outro somente aquilo que deseja lhe façam, continuaremos vendo os desregramentos dos seres humanos calcados no egoísmo, no orgulho, na indiferença e no apego às coisas materiais. A aplicação dos princípios da educação deve promover ações que valorizem o núcleo familiar, a comunidade e toda a sociedade, visando à construção do Ser Integral, dentro da visão filosófica, científica e religiosa do pensamento Espírita, reconhecendo, na Educação o elemento norteador para a edificação de uma nova humanidade, mais justa e mais fraterna, porque será composta por homens de bem numa Terra Regenerada.