Desde os tempos da Vó Chica que a chapa do fogão a lenha da casa dos meus pais brilha como um espelho. Não tem nada de especial nisso, não tem uma regra que o mantenha assim, não tem um tempo destinado somente para cuidar dele. A casa é uma das casinhas mais simplórias que você possa imaginar, mas se você chegar lá hoje eu tenho plena certeza de que o fogão está brilhando. A comida é sempre feita no fogão a lenha, diariamente, e sempre respinga gordura, sempre... Como acontece com qualquer outro. O que muda é que lá o hábito que perdura há décadas é manter o fogão limpo.

    Meu pai limpa, minha mãe limpa, eu limpava, minha vózinha limpava também... É tão simples esse hábito que se hoje alguém perguntar para os meus pais, provavelmente eles não saberiam dizer por que o fogão está limpo pelo simples fato de isso acontecer quase que naturalmente.

    Assim como não vemos uma árvore crescer, ela cresce, e um dia nos damos conta de que ela está grande, também acontece com os hábitos cultivados com carinho e capricho no dia a dia.

    Assim também eu vejo que deveria ser o nosso cuidado com nossos sentimentos. Devia ser habitual cuidarmos da nossa mente e do nosso coração, para que quando as pessoas olharem para dentro de nossos olhos, pudessem ver brilho a ponto de sentirem vontade de saber como se vive assim, a ponto de quererem se espelhar em nossas atitudes e sentirem orgulho de estar ao nosso lado. Naturalmente.

    Conheço muitas pessoas assim, e meu conselho é que procure em seu pensamento hoje as pessoas das que você conhece que tem esse brilho. Procure estar perto dela, não para roubar um o brilho, mas para aprender como viver assim, não para copiar, mas para entender mais da vida.

    Na bíblia, um dia, li uma frase que jamais esquecerei. Ao falar de sabedoria Deus nos diz assim: “Gaste a escada dos anciões”...

    Quer aprender a essência, procure observar e, se possível, escutar quem já viveu.