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15/03/2023
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Mulher Modelo eterniza histórias de garibaldenses que transformam a comunidade com projetos sociais

Mulheres que desenvolvem projetos sociais em Garibaldi protagonizam mais uma edição da ação Mulher Modelo, capitaneada pela marca Modelo Vidros, cuja sede também fica em Garibaldi. Nesta edição, a advogada Ivonete Piletti Grossi e a pedagoga Marlise Maria Miotti tiveram sua trajetória eternizada em textos e fotos que ilustram uma exposição que irá percorrer diversos pontos do município. Com a realização do projeto, as ações sociais desenvolvidas por estas voluntárias deixam o anonimato e passam a ser reconhecidas pelo esforço e talento dedicado aos temas que transformam a comunidade nas mais diversas áreas, como educação, assistência social, música e na causa animal.

A exposição iniciou o mês de março na Biblioteca Pública Municipal e passará ainda pela Faculdade Fisul, Prefeitura de Garibaldi e pela agência Sicredi da Rua Dante Grossi. “Cada vez mais, enxergamos mulheres que atuam como modelo de caráter, doação e entrega para a comunidade e que merecem ser vistas, merecem ter mais holofotes. O mês de março é dedicado ao público feminino que merece não só visibilidade, mas respeito e reconhecimento”, comenta a diretora financeira Neiva Nicaretta, idealizadora do Mulher Modelo.

A EXPOSIÇÃO

06/03 a 13/03 – Biblioteca Pública Municipal.

13/03 a 20/03 – Faculdade Fisul.

20/03 a 27/03 – Prefeitura Municipal de Garibaldi.

27/03 a 03/04 – Sicredi da Rua Dante Grossi.

Acompanhe as histórias

Com música e solidariedade, Ivonete lidera projetos sociais

“Nós não desistimos nunca. Até podemos cair, mas não desistimos. Um lema que levo comigo é que nenhum de nós é tão bom quanto nós juntos, e acredito muito nisso, na união. E por isso, gosto tanto daquela frase de Albert Pine: ‘o que fazemos para nós morre conosco, mas o que fazemos pelos outros e para o mundo, permanece e é imortal’”.

Ao pensar em solidariedade, doação e entrega, o nome de Ivonete Piletti Grossi pode surgir na memória de muitos moradores de Garibaldi. Isso porque ano a ano, Ivonete tem se tornado referência em ações que ajudam de forma emergencial inúmeras famílias do município com itens básicos e essenciais, e que garantem a sobrevida de muitas pessoas em momentos decisivos. Além deste suporte, ela lidera projetos que transformam crianças e adolescentes em cidadãos mais educados, conscientes e felizes.

Ivonete coordena, atualmente, a Associação dos Canarinhos Cantores de Garibaldi, a Associação dos Amigos da Biblioteca Pública Municipal Frei Miguel, o Cecar (Centro Cultural e Artístico) e o projeto Corrente do Bem. Por isso, é procurada diariamente para prestar serviços à comunidade das mais variadas formas. Cada um dos projetos que atua, inevitavelmente, leva um pouco do jeito doce, carismático e autêntico de Ivonete, que é formada em Direito, é esposa de Gilberto e é a mãe de Fernando, Ricardo e Luisa, jovens que acompanham sempre que possível as ações solidárias capitaneadas pela mãe.

“Meu objetivo nunca foi aparecer, sempre quis ficar longe dos holofotes. Só consigo fazer o que faço porque o povo de Garibaldi é muito solidário, está sempre pronto para ajudar a quem precisa. Meu jeito é assim: sei que não vou conseguir colocar minha cabeça no travesseiro e dormir tranquila sabendo que não estendi a mão para um irmão necessitado”, afirma. Dentro do projeto do Coro dos Canarinhos, são 45 integrantes que podem participar a partir de 5 anos, ganhando transporte e lanche para participar dos ensaios semanais. “O coral é um projeto social. Cantar e dançar bem se tornam consequência dos ensaios, mas nosso objetivo é formar cidadãos do bem e que possam ter contato com uma realidade diferente. Às vezes, eles aguardam muito pelo lanche, pela conversa e pelo abraço que vão receber ali”, pontua Ivonete.

E foi justamente por integrar a direção do Coro dos Canarinhos que surgiu a ideia de criar o projeto Corrente do Bem. Em 2019, ao receber o pedido de ajuda de uma mãe de Garibaldi com quatro filhos e que passava fome, Ivonete decidiu compartilhar a história com os pais que faziam parte do grupo do coral. O que era para ser uma ação solidária pontual, no entanto, virou algo maior e inspirador: a união destes pais permitiu que outras pessoas da comunidade fossem contagiadas pelo espírito solidário e, atualmente, mais de 80 voluntários formam a Corrente do Bem.

A qualquer momento do dia, o celular de Ivonete toca: são famílias que precisam de alimento, roupa, calçado, móveis, louças e outros itens. “Além de ajudar alguns moradores daqui, a maior parte das pessoas beneficiadas chega de outros Estados ou países. São venezuelanos, haitianos, afegãos e brasileiros de outras regiões do país, como o Nordeste, que chegam no município, muitas vezes, só com a roupa do corpo. A demanda pelos pedidos e a ajuda da comunidade cresceram tanto ao ponto de ser necessário termos uma sede”, explica. A ONG tornou-se referência em Garibaldi e, por isso, atua em parceria com o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do município, no antigo posto de saúde do bairro Santa Terezinha. Com o olhar atento de Ivonete, os projetos seguem conquistando mais voluntários, ampliando a rede de beneficiados e mudando a realidade de tantas famílias que chegam para trabalhar e somar na Serra Gaúcha.

Por meio da educação e da causa animal, Marlise confia em um mundo melhor

“Nós estamos nesse mundo para fazer alguma coisa além e tentar melhorar dia a dia! A forma como penso, falo e atuo é sempre guiada pelos lados espiritual, cultural e pedagógico. Acredito muito na força do acolhimento, no sorriso, nas palavras que destinamos ao próximo e sobretudo no poder transformador da educação ”

Educação é a palavra que inspira e rege a caminhada da pedagoga Marlise Maria Miotti, ao aliar iniciativas voltadas ao âmbito educacional sem abrir mão da solidariedade que está presente em seu DNA. Professora há cerca de 35 anos, é bastante conhecida no município por garibaldenses de todas as idades que aprenderam mais sobre a Língua Portuguesa e Redação por meio das palavras e orientações atentas de Marlise. E além de ser reconhecida como referência em sala de aula, ela integra vários projetos sociais que transformam realidades de pessoas nas mais diversas situações.

O primeiro contato com projetos voltados a iniciativas solidárias de Marlise foi com a Sociedade Protetora dos Animais de Garibaldi Bicho Feliz, onde atua há quase uma década, especialmente junto do brechó da entidade. É por meio da curadoria de roupas e calçados, vendidos para a comunidade por preços acessíveis, que é arrecadada parte das verbas que mantem a entidade. A Bicho Feliz desenvolve um trabalho exemplar em prol dos animais abandonados de Garibaldi. “A gente ama nossos peludos! As minhas colegas da entidade trabalham principalmente no resgate dos animais e eu contribuo atuando no brechó. É uma causa que tenho paixão em ajudar”, descreve.

Além da causa animal, Marlise já foi parceira de atividades na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), ao desenvolver trabalhos de modelagem com turmas de alunos adultos. Por lá, foram pelo menos sete anos de trabalho voluntário, o que rendeu uma sensação de gratidão e, claro: desenvolvimento pessoal e humano. Há alguns anos, Marlise idealizou junto de outras pessoas um Grupo de Apoio ao Luto, cujos encontros ocorrem mensalmente no auditório da Associação de Pequenas e Médias Empresas (Apeme).

A ideia deste grupo surgiu em parceria com uma amiga que passou pela triste situação de perder um familiar muito jovem – e então surgiu a ideia: por que não oferecer amparo profissional para pessoas que enfrentam a mesma situação? Com o suporte de uma psicóloga especialista no assunto e espaço para que as pessoas possam entrar ou sair dos encontros quando se sentirem confortáveis, o grupo serve para pensar em formas de dar novo significado ao luto, contribuindo para a qualidade de vida das pessoas que vivem esse momento tão delicado. Marlise também integra o Elas, grupo voluntário composto por dezenas de mulheres que destina amor e carinho em pequenos gestos para pessoas da comunidade - tanto as que estão em situação de vulnerabilidade, quanto para agradecer profissionais que fazem a diferença no cotidiano de Garibaldi, como garis, policiais, bombeiros, entre outras classes.

Amar a vida e ter contato próximo e carinhoso com quem está por perto são algumas das características de Marlise. Prova disso é que recentemente, a professora foi parceira do Centro de Valorização à Vida (CVV) atuando como escuta, por telefone, dos relatos de pessoas que buscaram o 188 – número que pessoas discam e encontram apoio emocional. O CVV é um serviço nacional que atende, de forma voluntária, todas as pessoas que querem conversar por telefone, email, chat e voip.

Além de estar envolvida em tantas ações nobres, Marlise é a mãe de Bernardo, já foi professora de escolas tradicionais da cidade como Santo Antônio e Irmã Teofânia e, atualmente leciona português e redação em um serviço de atendimento pedagógico e psicológico. “Tem muita coisa que a gente faz e parece ser tão pequeno para os outros... Mas eu vejo a grandiosidade no conjunto de boas ações que fazemos, não importa o tamanho dos gestos. Só o fato de conversar com alguém, ouvir, trocar ideia, já faz a diferença”, pontua. “Eu gosto de trabalhar com mulheres, sejam alunas ou professoras, porque sempre digo a elas: lembrem-se que casamento não é profissão. Estudem, tenham uma profissão, escolham a que quiserem: façam bolo, cortem grama, sejam engenheiras, médicas, o que quiserem. Vocês têm muita capacidade. Façam bem feito sempre”, encerra.

 

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