“E passando, viu Levi, filho de Alfeu e disse-lhe: — Segue-me. E, levantando-se, o seguiu.” (Marcos: 2,14) Divino Mestre convida-nos a erguer-nos e seguir adiante, devidamente renovados com seus ensinamentos para que sigamos o seu caminho auxiliando os outros da mesma maneira como somos auxiliados. Essa exortação do Mestre Nazareno: “Levanta-te e anda!” não diz respeito somente aos coxos e paralíticos de outrora. Esse convite, em sua interpretação mais profunda, faz uma alerta para todos nós, que, de modo geral, ainda nos encontramos sentados ou acomodados em nossas próprias vantagens passageiras ou comodismo da vida material. Ao toque do ensinamento ou magnetizados pelo encantamento de Jesus, nos modificamos, no íntimo, aceitando a lição do Divino Mestre. Sentimo-nos erguidos a novas concepções da vida ou em novos pensamentos, mas nos esquecemos que são as ações e atitudes que nos libertam dos males e imperfeições que ainda carregamos. Não basta nos erguermos maravilhados e imantados com os ensinamentos de Jesus; levantamo-nos, entretanto, prosseguimos na rotina a que nos habituamos. Comumente inventamos toda a espécie de pretextos para recusar os deveres que nos constrangem ao exercício do bem. Confessamo-nos incompetentes; alegamos cansaço; afirmamo-nos sem tempo; declaramo-nos enfermos; reclamamos cooperação, enfim utilizamo-nos de tantas desculpas para permanecermos no comodismo do mundo voltados apenas para nossos problemas.

    Quem compreende a mensagem do Cristo, sintoniza com uma vibração de suavidade imensa que lhe caracteriza a presença no próprio coração, entretanto, não basta essa forma de encantamento para lhe alterar a vida pessoal. Levantar e andar, na lição do Senhor, conforme nos ensina Emmanuel, no livro “Levantar e Seguir” de Chico Xavier, significa “movimentar-se buscando o caminho que Ele mesmo trilhou, trabalhando quanto lhe seja possível a benefício dos nossos irmãos, sejam quem sejam, esquecendo-lhes as deficiências e erros, encorajando-lhes a renovação para o bem, olvidando-lhes quaisquer ofensas, ignorando-lhes, voluntariamente as fraquezas e amparando-lhes as necessidades, perdoando e amando, instruindo, sobretudo com os próprios exemplos, e doando-lhes o conhecimento da vida, soerguendo-lhes as forças quando as provações ou problemas lhes marquem os dias, sem esperar compensação de qualquer natureza. Em suma, erguendo-se e acompanhando os passos do Divino Mestre que nos deixou essa fórmula inesquecível: — “Quem procura encontrar-me, negue a si mesmo, tome a cruz que lhe cabe e siga-me os passos.” A escolha é individual, a colheita, também. “LEVANTA-TE E ANDA!”, disse-nos o Mestre. Devemos prosseguir os dias renovando nossos sentimentos mesmo diante das adversidades que se apresentam todos os dias aos que aqui permanecemos. Levantemo-nos, eis que urge o momento auspicioso da transformação! Vamos andar em direção à verdadeira renovação. Quem quiser viver em plenitude, deve seguir o convite fraterno do Cristo e renascer homem novo a caminhar com firmeza pela senda da evolução.