Felicidade ou infelicidade não resultam das circunstâncias, mas dependem da nossa escolha, força de vontade e determinação. Sim, eu escolhi ser feliz, apesar de todas as dificuldades e desafios que acontecem na vida de cada um de nós. Temos que entender que a felicidade é uma construção diária; não existe pronta, não é um lugar em que chegaremos e aí, de pronto, estará a nossa felicidade. Primeiramente, é preciso diferenciar alegria de felicidade. Alegria é uma das cinco emoções básicas do ser humano e está relacionada a momentos de contentamento e júbilo; já a felicidade é um estado de espírito constante e profundo construído por atitudes. Nem sempre o que nos causa alegria também trará felicidade a longo prazo. A busca por alegrias passageiras pode estar nos distanciando de sermos, realmente, felizes.

    A destinação do ser humano é ser feliz, pois todos nós fomos criados para desfrutarmos da felicidade como determinismo por Deus. Portanto ser feliz é uma lei natural. Como assim, se o próprio Jesus afirmou, como está registrado em Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo” ? Calma! Jesus não estava dizendo que somente seremos felizes após a desencarnação e a vivência no plano espiritual. Ao contrário: a pessoa que é predominantemente triste nesta vida carrega as tristezas para a outra vida, porque nós continuamos a ser aquilo que somos, não nos transformamos depois da morte física. Jesus preconizou que a felicidade completa pertence a mundos mais evoluídos do que o nosso, mas depende de cada um amenizar seus males e ser tão feliz quanto se pode ser sobre a Terra. Jesus preconizou que o homem deve viver no mundo sem pertencer a ele, isto é, viver no mundo construindo a felicidade do Espírito e não acumulando as alegrias do corpo físico.

       A construção diária da felicidade é uma proposta de reeducação comportamental que desenvolve nossos talentos e melhora a qualidade de vida. Os instrumentos que usamos para construí-la fazem parte de um método gradual de crescimento íntimo, cuja prática é a realização de um constante trabalho interior. Ser feliz não é uma questão de eventos, de estarmos sozinhos ou acompanhados pelos outros, mas sim de uma escolha pessoal, de uma atitude comportamental frente aos acontecimentos da nossa vivência física. Na Terra, reencarnamos com a principal meta de progredirmos espiritualmente. Assim, temos a consciência de que as circunstâncias felizes ou infelizes de nossa atual existência são o resultado direto das escolhas corretas ou distorcidas que tivemos ao longo desse caminho. A construção da felicidade está em caminharmos seguindo os conselhos de Jesus: fazermos o bem a todos, sermos indulgentes com as imperfeições alheias e perdoarmos todas as ofensas. Para isso, basta olharmos a vida com outros olhos, isto é, mudando as lentes pelas quais enxergamos os fatos que nos acontecem. Somente através desta amplitude é que conseguiremos entender nossos enigmas, as problemáticas de nossos relacionamentos familiares e pessoais, da dor e do desamor. Ao aceitarmos isso como verdade, assumindo a responsabilidade pela nossa própria felicidade, nos libertaremos das exigências e requisitos que a sociedade superficial, de relacionamentos líquidos e fugazes nos impõem como padrão de felicidade. Ao compreendermos isto poderemos construí-la com mais clareza e discernimento e escolhermos ser felizes quanto se possa ser num planeta de provas e expiações.