Notícias
Diante dos conflitos da vida
Estamos no século da velocidade e não gostamos de perder tempo. Entretanto, sem a virtude da paciência, em nosso relacionamento uns com os outros, a velocidade no plano físico, nada mais fará que dificultar as engrenagens da vida, precipitando-nos, muitas vezes, em desequilíbrio ou desastre, estafa ou perturbação. Tudo isso por falta da virtude da paciência, que podemos obter ao bom preço de um pouco de tolerância e compreensão.
Agitamo-nos porque as horas passam depressa e a vida é curta. Mas, quanto mais nos agitamos, mais aceleramos as horas e encurtamos a vida. A palavra paciência tem origem na expressão latina “patientia”, que deriva de “pati”, que significa sofrer, suportar o sofrimento. Isso talvez nos ajude a compreender o seu sentido. Se não suportamos com calma o que nos faz sofrer (ou os que nos fazem sofrer), faltamos com o bom senso e com a caridade. Os que nos fazem sofrer estão sofrendo, seja por ignorância ou por maldade, e num caso como no outro, temos para com eles o dever moral da fraternidade. Mudemos a nós mesmos para melhor e aqueles que compartilham a estrada conosco não se deterão em auxiliar-nos.
Não vivemos isolados, mas em sociedade, e se queremos a paz e a felicidade, temos de ajudar os outros a encontrá-las. Isso não é fácil, bem o sabemos. Mas a paciência é uma conquista que temos de realizar por meio da compreensão e do amor. Quem não ama, não espera e nada suporta. A prática do bem é luz indispensável à conquista da felicidade. Todos sabemos disso. Todavia, quem de nós já consegue fazer o bem sem sacrifício? A dor, ensinou Léon Denis, discípulo e sucessor de Allan Kardec, é uma lei de equilíbrio e educação. A psicologia moderna comprova que aprendemos através de tentativas frustradas, de ensaios sucessivos. É por meio dos erros que chegamos ao acerto. Nosso comportamento, portanto, diante das questões mais graves que o mundo nos propõe, é o que vai decidir o nosso destino.
Em todos os obstáculos por vencer e em todas as sombras por extinguir – engajemos a paciência a serviço do coração. Paciência, tolerância e entendimento, perante todas as provas e lutas que o mundo nos ofereça. Se aspiramos encontrar diretrizes seguras que nos garantam a estabilidade do lar ou do grupo social a que pertencemos, se almejamos obter o máximo rendimento do trabalho, se quisermos realmente apoiar os entes queridos e se efetivamente desejamos viver com tranquilidade e produzir abundantemente, cultivemos a paciência à frente de tribulações e problemas que aparecem na caminhada, sejam quais forem, de vez que unicamente, no exercício incessante da paciência, é que descobriremos dentro de nós o território da paz, no qual edificaremos, por fim, o reino imperecível do amor e da felicidade.