Léon Denis, em seu livro, “O problema do ser, do destino e da dor” escreve um capítulo onde aborda o tema das dores, onde afirma que “a dor é uma lei de equilíbrio e educação.” Entendendo essa finalidade da dor em nossas vidas, devemos pedir recursos para elevar-nos a fim de que ela nos transforme os sentimentos. Nessa hora de dor extrema, busquemos, através da oração, a sintonia e o amparo com os seres celestes. Devemos procurar meios de superar as adversidades, buscando-lhes as lições que nos deixam aprender com a sua presença. Temos que compreender que nada existe sem razão de ser. A Sabedoria do Infinito não deixa margem à inutilidade. O sofrimento tem a sua função preciosa nos planos da alma. Se, nas horas da provação, soubéssemos observar o trabalho interno, a ação misteriosa da dor em nós, em nosso “eu”, em nossa consciência, compreenderíamos melhor sua obra sublime de educação e aperfeiçoamento. E, Léon Denis segue nos explicando a função da dor em nossas vidas: “Assim, por trás da dor, há alguém invisível que lhe dirige a ação e a regula segundo as necessidades de cada um, com uma arte, uma sabedoria infinita, trabalhando por aumentar nossa beleza interior nunca acabada, sempre continuada, de luz em luz, de virtude em virtude, até que nos tenhamos convertido em Espíritos celestes. Por mais admirável que possa parecer à primeira vista, a dor é apenas um meio de que usa o Poder Infinito para nos chamar a si e, ao mesmo tempo, tornar-nos mais rapidamente acessíveis à felicidade espiritual, única duradoura. É, pois, realmente, pelo amor que nos tem, que Deus envia o sofrimento. Fere-nos, corrige-nos como a mãe corrige o filho para educá-lo e melhorá-lo; trabalha incessantemente para tornar dóceis, purificar e embelezar nossas almas, porque elas não podem ser verdadeiras, completamente felizes, senão na medida correspondente às suas perfeições. Para isso pôs Deus, nesta terra de aprendizagem, ao lado das alegrias raras e fugitivas, dores frequentes e prolongadas, para nos fazer sentir que o nosso mundo é um lugar de passagem e não o ponto de chegada. Gozos e sofrimentos, prazeres e dores, tudo isso Deus distribuiu na existência como um grande artista que, na tela, combina a sombra e a luz para produzir uma obra-prima.”

 Portanto, se nos encontrarmos em extremas dores diante de tantos sofrimentos e tragédias que vivenciamos desde o dia primeiro de maio, no nosso Rio Grande, saibamos superar corajosamente os conflitos da vida, optando sempre pelo sacrifício em favor do bem geral, porque não trazemos a mensagem de Jesus em nossos corações, simplesmente pelo ato de crer, mas para contribuir na implantação do Reino de Deus aqui na Terra Regenerada. Não recuemos diante do sofrimento; aprendamos a usá-lo na construção de uma sociedade mais justa, a serviço da fraternidade e da solidariedade, com bom ânimo e alegria, porque, segundo o Evangelho de Jesus, nós somos os “Trabalhadores da Última Hora” e nos capacitamos para o compromisso de reencarnarmos neste período da Transição Planetária. Um sábio proverbio chinês já dizia: “Quando não entendemos a dor, ela nos dilacera. Quando entendemos seus fins, ela nos aperfeiçoa.”