A propriedade do agricultor Marcos Agostini, em Garibaldi, sediou na tarde desta terça-feira (12/12) um Dia de Campo sobre Viticultura. O evento foi uma oportunidade para os participantes conhecerem as inovações adotadas e as tecnologias testadas na propriedade. O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e Prefeitura de Garibaldi, com o apoio do Sicredi, Croopfiel do Brasil, Cooperativa Garibaldi e Just sistemas de Irrigação.

                A propriedade da família Agostini possui uma área com 8ha de parreirais. Destes 0,6 ha de uva Moscato é irrigada, sendo uma Unidade de Referência em irrigação. Esse ano, o produtor disse que não usou o sistema ainda, devido à grande quantidade de chuva, mas nos dois anos em que a irrigação está instalada, fez a diferença, permitindo suprir o déficit hídrico. “Realmente vale a pena. Sem irrigação eu estava produzindo em torno de 22 a 24 ton/ha nesta área, e com a irrigação chegou a 33 ton/ha”, declara.

                Agostini também faz o manejo da irrigação, utilizando tensiômetros, equipamentos que auxiliam na tomada de decisão de quando irrigar. A fim de fazer com que os produtores possam se apropriar dessa tecnologia, o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Liandro Leite Rodrigues, passou informações sobre como executar o manejo da irrigação, onde adquirir e como fazer a instalação do tensiômetro, para que os produtores possam executar essa prática não mais “a olho”.

                A extensionista rural Adelaide Ramos destacou a importância de se fazer a reservação da água através de microaçudes e cisternas, em anos como este, de bastante chuva. Ela também frisou a disponibilidade de públicas municipais (Garibaldi Mais Água) e estaduais para reservação de água e irrigação, através do Programa Avançar, eixo Irriga Mais, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). “A irrigação é importante não só como segurança para poder colher a produção quando não chove, mas também como uma tecnologia de produção”, salientou.

                Outro tema, abordado pelos extensionistas João Villa e Enio Todeschini, foram as plantas de cobertura e a fertilidade química, física e biológica do solo, com enfoque na produção de matéria orgânica e cobertura de solo. “Enfatizando o armazenamento de água no solo; a disponibilidade de nutrientes através da ativação da biologia do solo, com produção e manutenção de matéria orgânica; plantas de cobertura pra proteção do solo o ano inteiro, com planta verde ou palha; e a questão da física do solo, com o uso de plantas recuperadoras para manter o solo estruturado, permitindo que as raízes consigam infiltrar e absorver água e nutrientes de forma mais adequada e explorar todo o solo”, explicou Villa.

A propriedade de Agostini participa ainda, há dois anos, do projeto taxa baixa de aplicação, desenvolvido pelo IFRS, que possibilita um manejo com mais qualidade da pulverização, reduzindo o uso de água, aumentando a concentração dos princípios ativos, diminuindo a deriva e permitindo um melhor aproveitamento dos produtos. Conforme o professor do IFRS, Otávio Machado, o projeto tem gerado uma redução de custo de 30 a 60% com os fungicidas, contribuindo com a rentabilidade das propriedades, e, mesmo com as condições adversas deste ano, a técnica se mostrou eficaz.

                Na área de bioinsumos, a Cropfield do Brasil apresentou os dados do experimento que está sendo realizado na propriedade em parceria com a Emater/RS-Ascar do município. Este consiste no teste de três microrganismos de solo com o objetivo de aumentar a absorção de nutrientes pela planta, afetando de forma positiva a sanidade e produtividade.

                O Dia de campo contou também com a explanação do Sicredi, que destacou os produtos e serviços disponibilizados pela instituição e apresentou os retornos que a sociedade tem com uma cooperativa forte atuando na região. Houve ainda demonstração de pulverização com drone e demonstração de funcionamento de uma máquina desfolhadeira.